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As “Mulas”, obra literária de Luiz Taques

Por Maria Lúcia Medeiros Teixeira* | 28/02/2019 17:35

Mulas não carregam apenas o ilícito, carregam, também, as marcas da ilegalidade que, no limiar do amor e do sexo, da dor e do prazer, do crime e do castigo, traduzem a contradição que possa existir na busca de uma vida farta e feliz e o encontro com a imensurável tragédia entre o bem e o mal.

Com a primorosa novela MULAS, de Luiz Taques, tomamos conhecimento de alguns exemplos fictícios: uma bolivianinha de Puerto Suárez e uma loira de Marechal Hermes, o bairro operário carioca.

Há, no entanto, no mundo real, Kátias, Patrícias, Roses, Julianas e tantas outras que, igualmente, inebriadas na busca da sobrevivência, encontram o caminho do cárcere e da degradação.

É que a realidade não escolhe heróis nem vilões. Porque sua complexidade tem a própria sociedade como parâmetro. E expor seus meandros, suas ambivalências e seus limites é uma característica desse autor com fortes traços de repórter.

E, mesmo sem eleger culpados, embora eles existam, mulas cumprem penas insólitas, recebem sentenças de morte e, lógico, a alcunha que irá eternizá-las.

A ficção de Taques é quente.

O seu livro é vigoroso.

Personagens são marcados pelo destino cruzado da maldição das drogas; protagonizam uma saga não ética e exclusiva em que a violência física, sexual, emocional e psíquica, ultrapassa os limites das leis e da condição humana.

Narrativa ímpar, a proporcionar sentimentos quase visíveis aos olhos do leitor.
As palavras?

Em tons contundentes, porém carregadas de emoções, ao abordar o tráfico na fronteira oeste brasileira.

*Maria Lúcia Medeiros Teixeira é psicóloga

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