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Bolsa qualquer coisa, no campo, pode ser estopim explosivo

Por Ruy Sant’Anna (*) | 21/11/2013 08:49

Acredito que o governo federal resolverá o problema das invasões indígenas em Mato Grosso do Sul e no Brasil.

A ansiedade e o desespero não são bons conselheiros de ninguém.

Mato Grosso do Sul, é o estado que mais sofre com as constantes invasões indígenas nas terras de produtores rurais em todo o País.

Esse quadro de invasões violentas, ainda orquestradas ou sob o reflexo de tais “orientações”, totalmente ilegais e contraditórias com as falas do CIMI e FUNAI, que se dizem favoráveis à lei e à ordem, mas deixam ou estimulam tais invasões, é prejudicial à população brasileira. Não só aos produtores rurais.

Na medida em que os produtores do campo são acuados pela barbaridade invasora indígena, que pode ser um escudo aos que não podem ou não devem se expor, não só a produção de soja e carne diminui no meio rural.

A tendência é o sumiço ou diminuição desses produtos rurais do prato sul-mato-grossense e brasileiro, tanto quanto do leite, do pão, do café, da manteiga, ovos etc. etc. E com isso, vem o aumento da inflação.

Daí como o governo federal, que tem grande poder de propaganda, joga esse poderio contra a classe produtora rural como se fosse a grande responsável pelo fracasso econômico brasileiro. Que é sim do governo de Dilma e Lula. Sim, de Lula que espertamente só quer colar sua fotografia ao lado do povo, quando pode dizer piadinhas sem graça.

E quando o rato é preso na guampa ele diz: “cumpanheiro, tamo junto nessa”; quer dizer os “cumpanheriro”, presos e ele do lado de fora.

Agora, vejamos neste curto espaço outro ângulo da mesma questão da invasão indígena que se já não chegou a 80 fazendas produtivas, está bem perto disso ou superando essa marca.

De algum tempo o êxodo rural de jovens para as cidades mais próximas ou maiores, vêm ocorrendo, diante das insistentes e bárbaras invasões indígenas nas terras de seus pais, vizinhos, amigos ou pelas notícias constantes, os jovens começam a perder o estímulo ou ideal de continuar a tradição de família produtora rural. O futuro parece-lhes incerto.

E isso é péssimo não só para os ruralistas como para os que vivem na cidade e não sabem ou fingem não saber que leite, pão, farinha, arroz, feijão, carne e até doces, bolos etc., não nascem ou brotam em escritórios refrigerados do governo de Dilma. Lá nascem, infelizmente, os impostos escorchantes e quando aparece algo que deveria beneficiar a população, vem com meia-boca, sem a solução ampla...

Com isso, volto a dizer que as invasões prejudicam as questões agrárias com o prejuízo até à produção familiar, sim porque a violência insensível não poupa ninguém, seja a propriedade de qualquer tamanho, desde que produtiva. Pode observar que as áreas invadidas, “normalmente” são pequenas, mas todas produtivas.

Por isso vejo nas novas gerações de famílias agropecuaristas uma indefinição mais prejudicial às suas formações profissionais. Como os indígenas de todas as idades, sempre são colocados como não merecedores de decidirem seus próprios destinos. Analisem com suas famílias suas vidas.

Por quê? Claro, todo jovem tem dúvidas sobre o futuro profissional. Mas os da classe rural têm maior prejuízo, principalmente na área psíquico- emocional. Afinal, não é nada confortável nem animador ver seus pais serem tratados como vilões, sem serem. E os indígenas serem tratados como eternamente incapazes... Tudo isso é injusto.

Tais jovens devem ter na lembrança que as terras de seus pais são tituladas, de plena boa fé, e que se tem algum erro nessa área foi cometido há muitos anos pelos governos, alguns desde o Império. Muitas têm centenárias titulações, hoje produtivas e com muitos beneficiamentos.

Jovens, vocês precisam ler e ouvir: seus pais são honestos e íntegros trabalhadores. Orgulhem-se deles e que os filhos indígenas analisem suas situações de vida e tenham orgulho de suas etnias. Somos todos brasileiros.

O que arregala os olhos dos “protetores” dos indígenas para além do proveito abusador, é fazer da invasão uma maior visibilidade às suas ações violentas.

O massacre de uma classe produtora, para eles, é apenas um detalhe. Com isso, procuram incentivar a animosidade entre indígenas e produtores rurais, mais e mais.

O pior é que o governo de Dilma, ao fazer deste ano e do próximo, simples objetivos meramente eleitorais não se ocupa em ver que as questões agrárias vêm chamando a atenção para a grave crise da produção. Pois, querer fazer da produção brasileira de alimentos uma questão de “bolsa qualquer coisa no campo”, não vai dar certo.

O País precisa de produção em grande escala. Nesta altura do campeonato, querer mudar a regra do jogo nesse campo, literalmente não vai dar certo e pode ser o fumegar de um estopim explosivo, que a ninguém vai servir. Nem eleitoralmente falando.

Por isso, acredito que o governo federal abrirá seus olhos com objetividade correta sobre esse gravíssimo problema que é visto enviesadamente, pelo governo de Dilma, com ajuda de Lula, até hoje.

Repito: acredito que o governo federal solucionará os problemas agrários das invasões indígenas, com soluções favoráveis a ambas as partes. Porém, não digo por qual presidente, nem o dia, porque não sou profeta. Sobretudo que a solução seja para breve. Hoje aos produtores rurais e seus filhos, e aos indígenas e seus filhos, dou-lhes bom dia, o meu bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna, jornalista e advogado

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