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Da Influência do Comportamento

Por Heitor Rodrigues Freire (*) | 18/11/2019 16:38

Neste momento de caos que estamos vivendo em todo o mundo com as pessoas agredindo-se mutuamente, gerando conflitos, desentendimentos, competitividade agressiva, radicalizando posições, partindo para o tudo ou nada, começa a brilhar no horizonte uma luz de paz e amor que aos poucos vai contagiando e que vai promover uma mudança no comportamento de muitos pela sua força natural: a gentileza.

Aqui no Brasil nós acompanhamos, há muitos anos, a campanha feita pelo Profeta Gentileza (apelido de José Datrino), já falecido, que andava nas ruas de cabelos longos e barba comprida vestido com uma túnica branca e difundia o seu bordão: “Gentileza gera gentileza”. Ele dedicou a vida a promover sua filosofia, viajando pelo país de Norte a Sul.

A noção de gentileza chegou às manchetes recentemente. Foi uma parte essencial do elogio do ex-presidente americano Barack Obama ao veterano parlamentar democrata Elijah Cummings, após sua morte no mês passado: "Ser um homem forte inclui ser gentil. Não há nada de fraqueza na bondade e na compaixão. Não há nada de fraqueza em cuidar dos outros. Você não é um otário por ter integridade e tratar os outros com respeito", disse Obama.

Daniel Fessler, diretor do Instituto Bedari Kindness da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, está realizando pesquisas “para entender por que a gentileza pode ser tão escassa neste mundo moderno e para superar a divisão entre ciência e espiritualidade”.

Alguns dos projetos do instituto incluem examinar antropologicamente como a bondade se espalha entre as pessoas, analisar sociologicamente como aqueles que se comportam mal podem ser persuadidos a serem gentis e pesquisar pelo viés da psicologia como a gentileza pode melhorar o humor e reduzir os sintomas de depressão.

Isso pode ser uma questão de vida ou morte, dizem especialistas do Instituto Bedari Kindness. Em seu trabalho, Fessler analisou como as pessoas podem ser motivadas a serem gentis, simplesmente testemunhando atos de bondade e descobrindo quem é afetado por essa "gentileza contagiosa".

"Acho justo dizer que vivemos em uma época nada gentil. Tanto nos Estados Unidos quanto no mundo estamos vendo um crescente conflito entre indivíduos que têm visões políticas diferentes ou seguem religiões diferentes."

A gentileza, diz ele, são "os pensamentos, sentimentos e crenças associados a ações que pretendem beneficiar os outros, em que beneficiar os outros é um fim em si mesmo, não um meio para um fim". E a falta de gentileza reflete, por outro lado, "a falta de valorização do bem-estar dos outros".

"Nossa observação parte do ponto de vista científico. Estamos falando da psicologia, da biologia e das interações sociais positivas", diz.

"Não é o caso de nos colocarmos em uma torre de marfim. Queremos usar essa pesquisa sobre pessoas no mundo real para criar políticas concretas e fazer a diferença." E esse "momento histórico é o momento certo para fazer isso", diz ele.

"Ser gentil, pensar em como você pode ser gentil com os outros, reduz a pressão arterial. Tem benefícios terapêuticos para o tratamento de depressão e ansiedade", diz Fessler.

Quando as pessoas vêem atos gentis, são inspiradas a replicá-los, diz ele — “mas ainda estamos tentando entender os mecanismos da gentileza”.

Em função desse movimento, foi criado o Dia Mundial da Gentileza, 13 de novembro.

Ou seja, a luz que começou a brilhar no horizonte está se expandindo gradativamente por todas as partes.

Graças a Deus!

(*) Heitor Rodrigues Freire é corretor de imóveis e advogado.

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