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Dia 19 de abril, Dia do Índio e do Exército Brasileiro

Por José Tibiriçá Martins Ferreira (*) | 19/04/2011 11:05

Nesta data, comemora-se duas datas importantes, o dia do Índio instituído pelo presidente Getúlio Vargas ao assinar o decreto-lei de 5.540, de 1943, tendo a participação do ilustre Índio Matogrossense, Marechal Candido da Silva Rondon na sua concretização. A partir da intervenção de Rondon, os Índios passaram a ser vistos sob outra ótica.

O índio não é incapaz, o que precisa é dar-lhe condições, como educação, ensinar-lhe uma profissão, integrá-lo na sociedade, dando-lhe independência para escolher o caminho que achar melhor, pois o que se vê hoje é muita exploração por parte de terceiros não interessados na sua emancipação, pois consequentemente acabaria a grante teta da Funani..

Estive na semana passada na Funai que hoje está funcionando na Avenida Marcelino Pires, em frente ao Ubiratã (madeira forte), tem boas acomodações, cujo prédio é alugado e por bom preço. O procurador que atendeu, um jovem baiano muito educado.

Esta necessitando de informações para providenciar o registro de um índio desaldeado de nome Roberto que vive há muito tempo na Picadinha, nascido na fazenda Liberal, município de Caarapó (kaarapo=raiz da erva). Lá antes, encontrei-me com o Dr Wilson de Matos Silva, filho do Sr Ataliba de Matos, filho de família pioneira de Douraados e de uma índia terena.

Ele é advogado militante nessa comarca, reside na aldeia Jaguapiru (cachorro magro), homem inteligente, escreve bem e defende sua raça, é um mameluco, poisé filho de branco e índia. Conversamos sobre a localização do prédio da Funai, órgão que se diz destinado para resolver o problema indígena. Perguntei a ele, porque que o índio tem que vir de lá da Aldeia Bororó, Jaguapiru, Passo Saiju (amarelo), na beira do Rio Dourdos, onde na totalidade são quase 15.000 índios, fora os desaldeados. Ele não me deu uma resposta convincente, afinal é política do governo federal.

Por que a Funai não está instalada dentro da reserva? As terras da reserva indígena são da União, isso facilitaria ao índio, afinal ele seria atendido dentro do seu espaço no seu habitat, seria mais fácil, pois muitos deles são pessoas carentes, existe lá muitos Karai = velhos que não têm condições de vir à cidade. É claro que alguns têm carro, não existe transporte coletivo para eles, afinal hoje a reserva de Dourados é um bairro urbano também com todos os problemas.

No órgão da funai local, existem 99,99999% de funcionários brancos, apenas um índia kaigangui ali trabalha, visto que a maioria está tomando o espaço do índio. Seria mais fácil o branco deslocar-se para trabalhar na reserva, pois o órgão dispõe de recursos. Parece que a política implantada da Funai é temerosa, pois quando índio for integrado na sociedade vai ser extinto muito de muitos brancos que vêm de fora e não conhecem a realidade indígena.

Disse ao procurador da Funai que um dos primeiros requisitos para se trabalhar na Funai seria seus funcionários falarem a língua do índio, no caso de Dourados o guarani-caiuá e terena. Ele ouviu, sorriu e ainda perguntei se na Bahia existiam muitos índios pataxós. Lembram-se daquele índio pataxó que foi queimado em Brasília? Um deles era filho de juiz, o que aconteceu com os carrascos? Ninguém falou mais nada.

Assim os fatos acontecem, a globo divulga outros e o tempo passa e os bandidos ficam soltos, na porta dos Palácio dos Três Poderes. Vejam o que aconteceu com o cidadão que ateou fogo na Bandeira Brasileira. Onde está a segurança? Todo mundo depreda os órgãos, MST et caterva e quais são os resultados. Nenhum índio quebrou até hoje prédio público em Brasília.

O único ìndio bororo que se elegeu deputado federal pelo Rio de Janeiro pelo PDT, Juruna não se deixou corromper. Lembram-e no Colégio Eleitoral EM 1985, quando ele denunciou o deputado Paulo Salim Maluf, gravou em gravador a proposta de receber R$ 25.000,00 (vinte mil cruzeiros) pirapire, pelo voto? Era um verdadeiro pedetista da escola de Brizola e Darci Ribeiro, na época vice-governador que o conheci no manifesto em frente à Igreja Matriz por causa do assassinato do ìndio Marçal de Souza.

Maluf, desde que assumiu um cargo no governo, começando pela caixa econômica, antes de ser nomeado governador biônico de São Paulo, vem sendo denunciado, mas a população brasileira, a paulista principalmente é cega. Lembram-se quando ele foi candidato a presidente em 1989 e se dizia competente.

Um outro candidato, no debate assim se expressou: sim és competente, compete, compete e não se elege a cargo executivo, apenas chegou a um, porque teve o dedo de alguém. Em São Paulo ele foi governador pela primeira vez, biônico porque conseguiu comprar os delegados e vencer o banqueiro Paulo Setúbal, candidato indicado pelo Planalto.

Quem é corrupto? Ele não foi cassado, ainda conseguiu se reeleger por uma sociedade ainda corrupta do Estado de São Paulo.

Quanto a Rondon, ele nasceu na cidade de Mimoso, naquela época pertencia ao Município de Barão de Melgasso, Estado do Mato Grosso, em 5 de maio de 1865, ele é o patrono das comunicações. Seu pai era descendente de portugueses, sua mãe de Índio Bororo.

Ao falecer seu pai, Rondon tinha 2 anos de idade; teve oportunidade de estudar, foi professor e depois ingressou no Regimento de Cavalaria em 1881, matriculando-se na Escola Militar do Rio de Janeiro. Foi indicado componente da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas, explorando sertões do Mato Grosso, no ano de 1892, quando Rondon passou a cuidar dos direitos dos indios.

Sua tese era esta: “Matar nunca, morrer se necessário”. Coordenou uma expedição às margens do Amazonas junto com Teodoro e Roosevelt no ano de 1913 e do ano de 1927 a 1930, foi responsável em inspecionar as fronteiras do Brasil do Oiapoque até a divisa da Argentina com o Uruguai. Foi criador do Serviço Nacional de Proteção aos Índios e foi elogiado em 1913 pelo Congresso das Raças em Londres, ressaltando que a obra de Rondon deveria ser imitada para honra da Civilização Mundial.

Recebeu o título de Civilizador do Sertão, no ano de 1939 pelo IBGE, pelo trabalho realizado junto aos indios. Foi considerado grande chefe pelos indios silvícolas e pelos civilizados, Marechal de Paz. No ano de 1956 Rondon recebeu uma grande homenagem, dando-se ao Território do Guaporé o seu nome, que hoje é denominado Estado de Rondônia, tendo também muitos nomes em vários estados em sua homenagem.

Faleceu no dia 19 de janeiro do ano de 1958. Seu nome completo é Cândido Mariano da Silva Rondon, deixou muitos descendentes da família Rondon, espalhados por nosso Estado e Mato Grosso.

O dia 19 de abril também é o dia do Exército, visto que seu berço é a cidade de Guararapes (estrondo dos tambores, do tupi uarará'pe. Uarará - espécie de tambor indígena; e Pe - no (local). ...). Ali nasceu o Exército Brasileiro, aconteceu a Batalha de Guararapes no dia 19 de Abril de 1648.

Nos idos de 1.600 Portugal, disputando o poder na Europa, mantinha na Colônia um mínimo efetivo militar. Era assim difícil defender o vasto litoral e o extenso território. Sua população era física, culturalmente diferenciada, era habitada por europeus, africanos, os nativos, descendentes e miscigenados.

O açúcar já valia muito dinheiro, era ouro no Velho Mundo. Do continente europeu veio uma empresa comercial, escoltada pelos holandeses, que conquistou Recife e ficou por mais de 20 anos em Pernambuco. Os portugueses tinham uma pequena milícia, a ela uniram-se as lideranças locais, sob o comando do escravo alforriado Henrique Dias, o chefe indígena Poti que significa em tupi-guarani também camarão e vários crustáceos e em guarani excremento, cocô.

Felipe Camarão e o capitão Antonio Dias Cardoso e outros. Pela primeira vez, houve um pensamento de união na pátria, sendo o invasor holandês expulso de Pernambuco e dessa união de raças nascia a nacionalidade brasileira e com ela, o Exército Brasileiro.

Parabéns Exército Brasileiro e o Índio pelo seu dia.

(*) José Tibiriçá Martins Ferreira é advogado e produtor rural em Dourados.

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