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Essa tristeza vai passar, e a felicidade também: a vida é feita de ciclos

Por Cristiane Lang (*) | 14/09/2025 08:30

Em momentos de tristeza profunda, é fácil sentir que a dor será eterna, que a escuridão que nos envolve nunca mais dará lugar à luz. Da mesma forma, nos períodos de felicidade, podemos acreditar que essa alegria é uma constante, algo que finalmente alcançamos e nunca mais perderemos. No entanto, a realidade é que a vida é um fluxo constante de altos e baixos, e tanto a tristeza quanto a felicidade são estados temporários que fazem parte de um ciclo maior.

A natureza cíclica da vida

A vida é marcada por ciclos, um conceito que se reflete em praticamente todos os aspectos da existência. As estações do ano, o nascer e o pôr do sol, o crescimento e o declínio das marés — tudo na natureza segue um ritmo cíclico. Da mesma forma, nossas emoções e experiências também seguem esse padrão.

Entender que a vida é feita de ciclos pode ser libertador. Isso nos lembra que nenhum estado emocional é permanente. Se estamos enfrentando uma fase difícil, podemos encontrar consolo na certeza de que, eventualmente, essa fase passará. Da mesma forma, os momentos de alegria devem ser saboreados, mas também reconhecidos como transitórios. Essa compreensão nos ajuda a cultivar uma atitude de aceitação e presença, independentemente das circunstâncias.

A impermanência como aliada

A impermanência, muitas vezes vista como uma fonte de angústia, pode na verdade ser uma poderosa aliada na jornada da vida. Aceitar que tudo passa — tanto os momentos de dor quanto os de felicidade — nos permite viver com mais leveza e menos apego. Não precisamos nos desesperar na tristeza, nem nos iludir com a ideia de que a felicidade será eterna.

Essa perspectiva pode nos ajudar a lidar melhor com os desafios da vida. Quando enfrentamos dificuldades, lembrar que "isso também passará" nos dá força para perseverar. E quando experimentamos alegria, a consciência de sua transitoriedade nos incentiva a aproveitar o momento presente, sem nos apegarmos a ele.

Cultivando a resiliência dos ciclos da vida

Ao reconhecer a natureza cíclica da vida, podemos desenvolver resiliência — a capacidade de se adaptar e prosperar diante das adversidades. A resiliência não significa evitar o sofrimento, mas sim aprender a navegar por ele com coragem e sabedoria. Significa entender que, mesmo nos momentos mais sombrios, existe a possibilidade de crescimento e renovação.

Parte dessa resiliência vem da aceitação dos ciclos. Em vez de lutar contra as inevitáveis mudanças, podemos aprender a fluir com elas, confiando que cada ciclo traz consigo lições e oportunidades para o desenvolvimento pessoal.

A sabedoria de viver no presente

Uma das lições mais valiosas que os ciclos da vida nos ensinam é a importância de viver no presente. Quando aceitamos que tanto a tristeza quanto a felicidade são temporárias, podemos nos libertar da ansiedade do futuro e do arrependimento do passado. Isso nos permite estar plenamente presentes em cada momento, seja ele de dor ou de alegria.

Estar presente significa experimentar a vida em toda a sua plenitude, sem tentar agarrar-se ao que já passou ou antecipar o que ainda está por vir. É aprender a apreciar a beleza da vida em todas as suas formas, reconhecendo que cada ciclo é uma parte essencial da jornada.

Abraçando os ciclos da vida

A vida é uma dança contínua de ciclos, e nossa capacidade de navegar por esses ciclos define nossa experiência de felicidade e sofrimento. Ao aceitar a natureza temporária de todas as coisas, podemos encontrar paz mesmo nos momentos de dor e gratidão nos momentos de alegria. Essa sabedoria nos permite viver com mais equilíbrio, resiliência e presença, acolhendo cada ciclo como uma parte vital da tapeçaria da vida.

Lembre-se, essa tristeza vai passar, e a felicidade também. O que permanece é a nossa capacidade de aprender, crescer e encontrar significado em cada fase da jornada.

(*) Cristiane Lang, psicóloga especializada em oncologia

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.