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Política

PT confirma Fábio Trad na disputa ao governo de MS e prioriza eleição de senador

Gilda, esposa do ex-governador Zeca do PT será vice; deputado Vander Loubet brigará por uma vaga ao Senado

Por Jhefferson Gamarra e Geniffer Valeriano | 13/12/2025 16:55
PT confirma Fábio Trad na disputa ao governo de MS e prioriza eleição de senador
Pré-candidato ao governo PT, Fábio Trad, ao lado da pré-candidata a vice, Dona Gilda (Foto: Geniffer Valeriano)

Campo Grande recebeu neste sábado (13) a visita do presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Edinho Silva, em um movimento político que teve como objetivo principal discutir e consolidar o desenho eleitoral do partido em Mato Grosso do Sul para as eleições de 2026.

RESUMO

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O Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou a candidatura do ex-deputado federal Fábio Trad ao governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2026, com Dona Gilda como vice. A decisão foi anunciada pelo presidente nacional do partido, Edinho Silva, durante visita a Campo Grande neste sábado. A legenda definiu como prioridade estratégica a eleição de um senador alinhado ao presidente Lula, indicando Vander Loubet para a disputa. O partido busca ampliar alianças com PV, PCdoB, PSB e PDT, e mantém diálogo com a ministra Simone Tebet (MDB) para possível apoio ao projeto.

Em reunião com a direção estadual e lideranças históricas da legenda, Edinho confirmou oficialmente a pré-candidatura do ex-deputado federal Fábio Trad ao governo do Estado, com Gilda Maria dos Santos, a Dona Gilda, como pré-candidata a vice, além de reforçar que a prioridade estratégica do PT será a eleição de um senador alinhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

PT confirma Fábio Trad na disputa ao governo de MS e prioriza eleição de senador
Edinho Silva (de vermelho) cumprimentando correligionários durante encontro em Campo Grande (Foto: Geniffer Valeriano)

O líder nacional da sigla fez questão de destacar que sua presença no Estado não teve caráter impositivo. Segundo ele, o papel da direção nacional é acompanhar e respeitar as decisões construídas localmente. “Eu estou aqui para ouvir a nossa direção estadual do partido. O mais importante para nós são as posições construídas por eles”, afirmou. O dirigente ressaltou a tradição e a força política do PT sul-mato-grossense, lembrando que o partido já governou o Estado e tem uma direção experiente, liderada por nomes como Vander Loubet, Camila Jara, Fábio Trad e o ex-governador Zeca do PT.

Edinho destacou ainda a importância estratégica de Mato Grosso do Sul no cenário nacional. “Mato Grosso do Sul tem um papel importantíssimo na eleição nacional. Então, enquanto presidente nacional, eu venho acompanhar, mas acompanhar aquilo que a direção estadual tem decidido e definido”, disse.

Planos para o Executivo estadual 

Ao ser perguntado sobre a possibilidade de o PT lançar candidatura própria ao governo do Estado, Edinho foi categórico e afastou qualquer dúvida confirmando os nomes que disputarão Executivo estadual em 2026.

PT confirma Fábio Trad na disputa ao governo de MS e prioriza eleição de senador
Edinho Silva ao lado de Fábio Trad durante coletiva de imprensa (Foto: Geniffer Valeriano)

“O nosso candidato aqui é o Fábio Trad. O Fábio é o nosso candidato ao governo do Estado”, declarou, frisando que a decisão é fruto de construção interna do partido no Estado. Para o presidente nacional, a candidatura de Trad cumpre um papel político essencial: garantir um palanque competitivo e ideologicamente alinhado ao projeto nacional liderado por Lula.

Além da disputa pelo Executivo estadual, Edinho deixou claro que a eleição para o Senado será prioridade máxima. “Nós temos como prioridade eleger o Vander senador, porque nós queremos um senador com a qualidade política do Vander, com a firmeza do Vander, para ajudar o presidente Lula a conduzir o nosso próximo mandato”, afirmou.

Simone Tebet não é obstáculo

 Um dos temas mais questionados da entrevista foi o papel da ex-senadora e atual ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), no cenário político de 2026 em Mato Grosso do Sul. Apesar do histórico de antagonismo entre PT e MDB no Estado, Edinho descartou qualquer impedimento. “Não, a Simone só acrescenta para nós. Ela é uma liderança que nós respeitamos muito, tem sido uma ministra brilhante”, afirmou.

Segundo Edinho, o PT pretende dialogar com a ministra para entender qual papel ela deseja desempenhar no próximo pleito. “Nós queremos conversar com a Simone e ouvir da Simone o que ela quer fazer. Ela é uma liderança muito respeitada pelo Partido dos Trabalhadores”, reforçou.

Sobre especulações de que Simone poderia ser convidada para compor uma chapa nacional como vice de Lula, Edinho negou qualquer convite formal, mas confirmou a proximidade política.

“Nós não fizemos nenhum convite à Simone, mas temos um diálogo muito próximo com ela. Ela é uma ministra fundamental no governo do presidente Lula, tem o respeito e o carinho do presidente”, disse, acrescentando que as conversas são frequentes e não dependem de agenda formal.

Questionado sobre a possibilidade de o MDB estadual não apoiar Simone caso ela se alinhe ao palanque petista em Mato Grosso do Sul, Edinho preferiu destacar a contradição interna do partido. “O MDB faz parte do governo do presidente Lula, tem ministérios importantes. A contradição está nas lideranças do MDB aqui do Estado, porque o MDB está no governo do presidente Lula”, afirmou.

PT confirma Fábio Trad na disputa ao governo de MS e prioriza eleição de senador
Deputado estadual Pedro Kemp; deputado federal Vander Loubet e presidente do PT nacional, Edinho Silva (Foto: Divulgação)

Vander Loubet aposta em palanque forte e disputa ao Senado

Presidente estadual do PT em Mato Grosso do Sul, Vander Loubet reforçou que a condução partidária está acima de projetos pessoais, embora tenha deixado claro seu objetivo de disputar uma vaga no Senado. “Eu quero ser candidato a senador. Acho que o cenário vai estar muito propício para um perfil como o meu”, disse, lembrando que a eleição ao Senado exige não apenas o primeiro, mas também o segundo voto.

Vander destacou que o palanque de Lula no Estado será decisivo. “Nós vamos ter um palanque do presidente Lula muito forte, do Fábio aqui, que em qualquer pesquisa coloca ele com mais de 20%. Isso nos favorece muito”, avaliou. Segundo ele, o partido aguarda a definição de Simone Tebet, mas mantém a disposição para o diálogo. “Nós queremos a Simone conosco aqui, apoiando o Fábio e apoiando o Lula, que ela já declarou”, afirmou.

O dirigente também demonstrou otimismo com o cenário eleitoral, prevendo uma disputa pulverizada ao Senado. “O cenário para o Senado deve ter cinco, seis candidatos, isso é bom para nós”, disse, lembrando que, historicamente, presidentes eleitos desde 1994 conseguiram eleger ao menos um senador em seus Estados de apoio.

Vander reforçou que não pretende disputar a Câmara Federal novamente. “Não sou candidato a deputado federal, sou candidato a senador”, afirmou, citando ainda o papel de Camila Jara como puxadora de votos e o fortalecimento da chapa proporcional e majoritária do partido.

Alianças e articulações partidárias

Sobre as alianças no Estado, Vander explicou que o PT já conta com PV e PCdoB e trabalha para ampliar a frente. “A gente quer o PSB também, e o PDT, que é o partido do irmão do Fábio [ex-prefeito Marquinho Trad], nós estamos trazendo conosco”, disse. Segundo ele, a frente deve reunir PT, PCdoB, PSOL e Rede, mesmo com candidaturas próprias em alguns casos, já alinhadas ao projeto nacional no primeiro turno.

Em relação às resistências internas do PSB, cujas lideranças estaduais sinalizam apoio ao governador Eduardo Riedel (PP), Vander afirmou que o diálogo está em curso. “O presidente do PSB, Paulo Duarte, já conversou comigo. Ele sabe que o PSB aqui fica com a gente por causa da aliança nacional”, disse, ressaltando que há uma transição sendo construída.

Fábio Trad defende palanque progressista

Confirmado como candidato ao governo, Fábio Trad afirmou receber a definição com satisfação e senso de responsabilidade. Para ele, é inadmissível que Mato Grosso do Sul, pela sua importância geopolítica e estratégica, não tenha um palanque progressista competitivo. “Não é possível que um Estado da importância política de Mato Grosso do Sul não tenha um palanque ideologicamente coerente com o campo progressista liderado pelo presidente da República”, afirmou.

Trad disse que sua candidatura tem como missão central comunicar e defender as realizações do terceiro governo Lula. “Tudo aquilo que o presidente Lula está fazendo neste terceiro governo nós vamos adotar e comunicar à população de Mato Grosso do Sul”, afirmou, criticando o que considera falta de valorização das ações federais por parte do governo estadual.

Sobre Simone Tebet, Fábio foi enfático ao afirmar que o apoio da ministra a Lula é ideológico e engajado, e não apenas circunstancial. “Não há razão para ela estar com o presidente Lula no âmbito nacional e não estar no palanque do Lula no plano estadual. É uma contradição irredutível”, disse.

“Vai ser uma honra caminhar ao lado dela”, afirmou, destacando que o objetivo maior é garantir a reeleição de Lula. “Nosso nome está à disposição para fazer a narrativa vitoriosa do terceiro governo Lula, para que ele alcance a reeleição, avançando as grandes conquistas que o Brasil precisa”, concluiu, referindo-se ao presidente como “esse jovem de 80 anos chamado Luiz Inácio Lula da Silva”.

Pré-candidata a vice-governadora, Dona Gilda destacou o momento político como decisivo para a consolidação da democracia no Brasil e em Mato Grosso do Sul. “A democracia nesse Estado e nesse país se chama Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou. Para ela, a construção de um palanque comprometido com as políticas públicas do governo federal é motivo de orgulho. “Vai ser uma honra, como mulher e como militante de um partido que quer o bem do seu povo”, concluiu.