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Florestas plantadas abrem caminhos para a rentabilidade no campo

Por Graziela Lourensoni (*) | 19/08/2015 15:00

O cultivo comercial de florestas está se transformando em uma das atividades mais lucrativas no campo. Isso porque o país já possui 7,74 milhões de hectares de florestas plantadas e, desse total, cerca de 2,6 milhões são cultivados pela indústria de papel e celulose, representando 34% das florestas plantadas. Além disso, dados do Ministério da Agricultura apontam que o cultivo comercial de florestas é responsável por movimentar cerca de R$ 50 bilhões ao ano e gerar 4,7 milhões de empregos diretos e indiretos.

Atualmente, as florestas plantadas são responsáveis por abastecer importantes cadeias produtivas da economia, como construção civil, geração de energia, produção de carvão, papel e celulose e movelaria. E por conta dessa forte demanda pela madeira, hoje, já temos casos de produtores rurais que estão substituindo o cultivo da cana-de-açúcar em áreas de encosta pelo plantio do eucalipto nos estados de Pernambuco e Alagoas. Isso porque, os custos do plantio da cana em áreas de declive são mais elevados e a substituição garante o aumento dos lucros dos produtores.

Quando avaliamos uma área de cultivo de eucalipto, os principais fatores que tornam a atividade rentável são: o valor pago pelo metro quadrado da madeira e o ciclo produtivo, pois entre cinco e sete anos o produtor já consegue fazer o primeiro manejo sustentável e a venda da madeira. E, como as árvores possuem três ciclos, ao mesmo tempo em que a madeira cortada é processada, novas desbrotas crescem em um prazo cada vez menor.

Por conta da grande demanda e da lucratividade, indústrias do segmento de papel e celulose investem na plantação de florestas em áreas próprias. Porém, o manejo geralmente é terceirizado a empreiteiros florestais, que são responsáveis por entrar com máquinas para fazer o corte e o desgalhamento das árvores para a posterior venda. Nesse ponto, temos duas formas de trabalho; nos terrenos grandes e planos, o equipamento mais indicado é o harvester, capaz de derrubar, descascar e processar as árvores. Já em áreas menores ou íngremes, a melhor forma de realizar o corte e a desbrota é com o uso de uma motosserra.

No entanto, quando falamos em motosserras, alguns pontos merecem atenção, pois a indústria de equipamentos destinados ao manejo florestal trabalha constantemente para desenvolver ferramentas de trabalho que garantam a segurança dos operários. Por isso, além dos Equipamentos de Proteção Individual, os EPIs, existem motosserras com sistemas especiais de freios, dessa forma, caso o operador faça um movimento brusco ou uma operação errada, o freio da corrente é ativado para evitar possíveis acidentes. Outra tecnologia disponível é o freio acionado de acordo com a postura, ou seja, se o operador está com punho em uma posição errada, a máquina trava a corrente e o sabre automaticamente.

Ainda destacando as tecnologias para os médios e pequenos produtores, estão disponíveis no mercado pulverizadores para fazer o controle de pragas, atomizadores para a aplicação de insumos e calcário para a correção de solo, e roçadeiras próprias para a desbrota, o que minimiza o esforço físico no trabalho.

Como notamos, esse é um segmento que está muito bem estruturado no país, com geração de empregos, alta lucratividade na venda do eucalipto e desenvolvimento de tecnologias para todos os perfis de produtores, e é isso que faz com que as previsões para o futuro sejam as mais positivas possíveis. A própria Indústria Brasileira de Árvores já projeta investimentos de quase R$ 53 bilhões até 2020 para ampliar as áreas de florestas plantadas no Brasil. A tendência é que o país continue crescendo e seja uma das maiores referências em produtividade e manejo de florestas plantadas.

(*) Graziela Lourensoni é gerente de produtos da Husqvarna, líder global no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes.

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