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Ideologia no país da piada pronta?

Por Valfrido M. Chaves (*) | 01/04/2013 13:00

Tem hora que dá para se indagar como algumas coisas ainda dão certo no Brasil. A agropecuária, por exemplo, onde hoje a competência coincidiu com a boa vontade de S. Pedro e mercado externo favorável, é a locomotiva da economia, oferecendo um lastro de confiança à nação, pois, o que produz é a única moeda mais importante e aceita que o Dólar e o Euro no mundo: alimento! E isso apesar de termos tido, ainda recentemente até três ministros da Agricultura em um ano.

Nossas estradas e portos estão próximas de um colapso no escoamento das safras, coisa que qualquer estudante secundarista atencioso poderia prever, mas que os recentes e pretensiosos governos não viram, não previram. Por falta de recursos não foi, pois , estamos financiando em mais de bilhão um grande porto em Cuba.

A bem da verdade o problema arrasta-se, passando pela destruição de nossa malha ferroviária, como bem colocou o Correio, em seu Editorial de 28/03/2013 “Choro amargo dos sem trem”, salientando a submissão dos governos aos interesses rodoviários. Mas quem não quis ver o desastre anunciado do escoamento de nossa safra, com prejuízo de bilhões a todos, tal como os que diligenciaram o sucateamento de nossas linhas férreas, contaram e contam com a inércia da sociedade diante de tais traições ao seu futuro. A dita “classe política” acomoda-se mediante satisfações que nem valem a pena serem nomeadas.

As representações da classe produtora rural parecem não estar longe disso no que se refere à acomodação, haja vista no desastre do escoamento das safras e na infâmia da expansão de aldeias à custa de propriedades legítimas, comumente antecipadas com invasões toleradas pelo mesmo Estado brasileiro que, antes, garantiu a legitimidade das propriedades.

Só mesmo lembrando da expressão “país da piada pronta”, de conhecido humorista, ao vermos a violação de direitos (invasão), se praticada por determinada etnia (índios), servir de base para fundamentação de direitos (identificação de terra indígena). E isso, leitor, sem lembrar que o Estado Brasileiro sabe quem organiza e financia tais invasões, além de pretender lavar as mãos, como Pilatos, diante do destino daqueles que Império e a República trouxeram para nossas fronteiras para povoá-las, guarnecê-las e torná-las celeiros para a nação e o mundo.

Fato é leitor, que por um mais que estranho gosto, não é “politicamente correto” e não obtém apoio de militâncias, a defesa de quem produz alimento no Brasil, com competência, sob os riscos da natureza e, cada vez mais, sob a insegurança jurídica. E estas, sob mantos politicamente corretos e tonalidades ideológicas ultrapassadas. Sim, pois ninguém pode esquecer das palavras do grande ídolo de lideranças no poder, Fidel Castro: “Vamos recuperar na América Latina o que perdemos no Leste Europeu”! Mas pouco importa, leitor, o fracasso mundial da experiência que sonham implantar no Brasil.

O que vale é a satisfação interna que uma doutrina onipotente proporciona àquelas pessoas com reduzida autoestima e muito sentimento de insignificância, quando essa doutrina torna seus adeptos acima do bem e do mal, da verdade e da mentira, ou seja, deuses! Daí a prática do Mensalão, após anos e anos pregando moralidade nos palanques barbudos. Daí, ainda, o cretinismo e cinismo de negar esse escândalo, na cara limpa, como se fôssemos imbecis e parvos. Nada se dá por acaso, leitor.

(*) Valfrido M. Chaves é psicanlista e pós graduado em política e estratégia.

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