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Já tem candidato para 2018? O que ele pensa sobre educação?

Por Fábio Edir dos Santos Costa (*) | 23/01/2018 16:35

Corrupção, reforma tributária, previdência, inflação, segurança pública, crises de todas as ordens... O ano de 2018 já começou com uma agenda política recheada de temas que certamente vão dominar os debates eleitorais que só tendem a se intensificar daqui pra frente. Mas e a educação?

Não sei se você pensa como eu, mas, ao navegar pelos temas que têm mobilizado a agenda política brasileira nesse ano de eleição, eu não vejo a educação sendo tratada como prioridade... E nem com a devida importância.

É claro que há temas urgentes a serem trabalhados, como os exemplos que iniciam este artigo, mas fico aqui pesando: o que pode ser mais urgente do que a educação? Especialmente neste momento em que a sociedade brasileira busca caminhos para se reconstruir.

Nós, que vivemos o dia a dia da educação no Brasil, sabemos a gravidade da situação, que é atestada por indicadores assustadores, como o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf). Ele revela que 38% dos nossos estudantes do ensino superior no Brasil não dominam habilidades básicas de leitura e escrita.

É evidente que o dado reflete uma formação educacional comprometida desde a base, mas constatar isso não resolve o problema que temos agora. Não resolve a equação de como nossas universidades poderão formar profissionais que sequer sabem ler e escrever direito.

Não é um problema somente de 2018, é um problema que afetará profundamente nossa sociedade nas próximas décadas.

Existem pesquisadores que afirmam que mais de 40% das profissões deixarão de existir no atual modelo na próxima década.

Se isso não é tema da mais alta urgência, eu não sei o que é.

Por isso, ao analisar o perfil dos candidatos que provavelmente disputarão as próximas eleições, eu passo horas buscando respostas na internet para saber o que eles pensam sobre educação. E não me venha com pensamentos vagos, do tipo: “educação é fundamental”, “futuro do país”, "a base da sociedade", etc...

Eu quero ver planos, metas, estratégias, quero ver indicação de equipes, filosofia de base educacional para as propostas apresentadas. Quero me convencer de que o candidato tenha capacidade de influenciar na transformação da realidade educacional que necessitamos. Ou então, que seja sensível e corajoso para ouvir as pessoas certas e implementar de fato as melhores propostas.

Está na hora de cobrarmos uma postura mais concreta sobre a educação dos nossos políticos. E esta postura não pode ficar restrita somente a discussões sobre remuneração. É preciso mais que isso para sairmos do lugar incômodo a que chegamos.

E por tudo isso, aos que pedirem meu voto em 2018, responderei com uma pergunta muito simples: Qual é o seu plano para a Educação?

(*) Fábio Edir dos Santos Costa é reitor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul).

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