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Lúdio Coelho: morre o homem, fica a idéia

Por Marisa Serrano (*) | 23/03/2011 16:51

Ludio Coelho deixa um legado de seriedade, honestidade e compromisso, difícil de ver hoje em dia na política. O longo convívio que tivemos foi uma experiência enriquecedora. As conversas constantes que mantínhamos sobre política, economia e projetos de interesse do País sempre eram revestidas de lições que acrescentavam aspectos positivos ao rumo das coisas. Lúdio era um homem especial porque conhecia o mundo das elites e tinha notável experiência com os sentimentos do povo.

Ele sempre colocava imensa dose de generosidade em tudo que fazia, ponderando e analisando os acontecimentos de maneira peculiar, mostrando que a tolerância, a humildade e a honestidade deviam ser as principais marcas dos homens públicos. Foi assim que se formou uma verdadeira mitologia em torno de seus comentários sagazes sobre a vida política em nosso Estado.

Como prefeito de Campo Grande Lúdio começou a imprimir um processo de mudanças que permanece até hoje. Ele adotou na administração municipal duas regras básicas que garantiram o sucesso de sua gestão. Para ele, o dia a dia de uma cidade deve começar como numa casa de família: primeiro varre-se e faz-se a limpeza geral das ruas, calçadas, áreas verdes, prédios públicos; depois, verificam-se as contas, cuidando sempre para que a receita nunca ultrapassasse e a despesa. Simples assim, como ele e o seu jeito, “seo” Lúdio fez uma administração revolucionária, equacionando problemas que se

arrastavam havia anos na gestão do município.

Ele era um democrata pleno, um ser humano sensível e um político destituído de vaidade e melindres. Sabia ser objetivo em seus propósitos, defendendo com sinceridade e firmeza seus pontos de vista. Por isso, ao longo de sua vida pública, tornou-se uma referência para a classe política sul-mato-grossense e um modelo a ser seguido.

Acredito que personalidades como a dele estão se tornando raras no mundo da política. Lúdio era intransigente com os interesses gerais da sociedade. Ele jamais permitiu que houvesse mistura de interesses públicos e privados. Assim, ganhou respeito e credibilidade. Dessa forma, ganhará um merecido lugar em nossa história, deixando saudades e lágrimas nos olhos.

Suas idéias ficarão e permanecerão. Seu exemplo poderá ser transmitido pelas próximas gerações. Dependerá daqueles que acreditam em seu legado, estando dispostos a defender a importante herança que deixa para a nossa sociedade: desprendimento, seriedade e grandeza de espírito.

(*) Marisa Serrano é senadora da República pelo PSDB/MS.

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