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O aquário e a cota zero: Lição a ser aprendida

Por Angelo Rabelo (*) | 14/05/2019 11:30

A ideia da construção do aquário, seu conteúdo e a necessidade de concluí-lo, depois de tanta turbulência, não merecem questionamento. Não entro no mérito, indiscutível, da gestão equivocada, mas sim no que trará de ganhos para nossa capital e o estado, tornando-se, após inaugurado, maior atrativo turístico.

Geração de empregos, conteúdo ambiental, educação e valorização dos nossos recursos naturais. Entender o ambiente, os recursos hídricos, a interdependência, sua biodiversidade e os riscos de perdas, serão pontos de atenção no futuro aquário.

Mas, sendo um ambiente artificial criado pelo homem, ele deverá nos remeter há um cenário de realidade ainda existente dos nossos recursos naturais, e nos estimular a tomar decisões que de fato conserve e produza bons resultados.

Os Aquários e cumprem este papel pedagógico exemplar no mundo inteiro, mostrando as riquezas dos oceanos e rios e são fontes segura de inúmeros resultados positivos para ciência e educação, se bem administrados..

No mundo real, decisão da cota zero foi um passo, importante e de coragem, para proteger o futuro dos nossos rios e também de muitos empregos. Mas esta decisão, exige que, como um aquário, possamos pensar no ambiente onde os peixes vivem, os rios.

A origem das aguas, as nascentes, as matas ciliares e água com qualidade, são indispensáveis para sobrevida das inúmeras espécies. Nossos inúmeros aquários naturais sofrem pela inexistência de uma política integrada e que respeite a lógica das pré-condições para “Produção da Natureza”.

Esta produção é responsável por gerar inúmeros empregos, dignidade e orgulho para todos nós e exemplo do que acontece em Bonito. Alguns estados do país, não possuem o privilégio de serem ricos, como nos, em recursos naturais.

Continuar aumentando a produção agrícola e empregos no turismo de pesca e ecoturismo não deve ser motivo de conflito e sim de oportunidades, especialmente para o diálogo, um pacto de respeito aos diferentes interesses e em especial a sociedade. As escolhas econômicas devem obrigatoriamente assegurar o presente e o futuro.

Não podem ser imediatistas. Não adianta crescer a produção de grãos e decrescer a qualidade ambiental, de oportunidades. O aquário quando pronto, deverá despertar a motivação para ir visitar a natureza conservada e respeitada e não, se tornar um lugar de memória, de boas lembranças.

Os desvios ocorridos na obra do aquário, não devem ser repetidos nos desvios de condutas contra natureza, de alguns poucos, que não respeitam as regras, em detrimento do interesse coletivo. O Porto da Manga, no Rio Paraguai, foi um dos lugares mais piscosos do mundo nos anos 80.

Hoje, um lugar abandonado, de boas lembranças. A retomada das obras do aquário, deve nos motivar e retomar com seriedade, o que mais devemos fazer além da cota zero.

(*) Angelo Rabelo é coronel PM e relações institucionais do Instituto Homem Pantaneiro – Atuou na criação da Policia Militar Ambiental e no combate aos coureiros, trafico e pesca predatória na região do Pantanal.

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