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O Brincar como possibilidade de expressão da imaginação e dos desejos

Por Carla Soares Mota (*) | 05/08/2014 17:24

O jogo, o brinquedo e a brincadeira sempre estiveram presentes na história da humanidade e, nas últimas décadas, a importância atribuída ao brincar para a criança se configura como um direito, garantido em documentos, tanto no âmbito internacional, tais como a Declaração Universal dos Direitos da Criança adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro 1948, a Convenção de Direitos da Criança da ONU aprovada na Resolução 44/25 quanto no âmbito nacional, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069), em vigor desde 1990.

Os estudos desenvolvidos por diferentes áreas do conhecimento, a partir da ideia de uma criança ativa, competente e capaz, também trazem contribuições sobre a importância do brincar como forma da criança atuar no mundo e compreendê-lo, produzindo as culturas infantis. Assim a criança, sujeito histórico e social, nasce imersa em uma cultura, e é na brincadeira que ela vivencia experiências, desenvolve sua consciência, recria e propõe novos desafios sobre situações que vão surgindo no contexto infantil.

Assim, reconhecidamente, o brincar é a forma mais peculiar da criança conhecer a si própria, o outro e o mundo, expressar seus sentimentos, emoções e desejos.

Nas diferentes formas de brincar a criança vivencia aspectos do seu cotidiano, possibilitando o conhecimento, a investigação, soluções de problemas que ajuda no desenvolvimento da memória, atenção, concentração, imaginação, motricidade além da cultura infantil. O faz de conta permite à criança experimentar possibilidades, assumir papéis, expressar seus pensamentos, formular hipóteses. A liberdade de criar, imaginar permite a capacidade da criança de ir além e se auto-organizar, transformando os objetos por meio da fantasia, imaginação e criatividade, uma caixa se transforma em um carro, avião, cozinha entre outros. Descobre funções alternativas para os objetos e as brincadeiras vão tendo formas e cores variáveis a cada criança que se interagem.

A Educação Infantil tem um papel importante como espaço de circulação e de produção das culturas infantis que favorece o brincar como atividade principal da criança, e nesse sentido, o adulto tem um papel importante na medida em que organiza os ambientes, oferece os objetos, propõe novas experiências, ajuda na construção de hipóteses e estimula a imaginação das crianças. É importante também que os adultos resgatem sua capacidade de brincar, tornando-se, assim, mais disponíveis para as crianças enquanto incentivadores e parceiros de suas brincadeiras.

É preciso oportunizar diversos momentos lúdicos, aproveitar os espaços diferenciados como praças e parques com momentos amplos e livres, garantir espaço-tempo nos ambientes domésticos, educacionais, públicos e privados para que o brincar proporcione a criança diferentes níveis de vivência de forma espontânea desenvolvendo suas competências individuais quanto grupal.

Precisamos estar muito atentos para não reduzir o tempo do brincar em troca de outras atividades que podem sobrecarregar a criança e a deixar cansada e sem vitalidade para aprender aquilo que realmente é importante para sua vida.

(*) Carla Soares Mota é pedagoga e coordenadora pedagógica do Centro Social Marista Robru, do Grupo Marista.

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