Frequentadores divergem sobre veto a veículos elétricos no Parque dos Poderes

A proposta de proibir a circulação de veículos elétricos no Parque dos Poderes, em Campo Grande, durante fins de semana e feriados ainda não foi votada, mas já provoca debate entre quem frequenta o espaço em busca de lazer. A divisão de opiniões é clara: enquanto alguns defendem a medida como forma de garantir mais segurança, outros acreditam que o problema pode ser resolvido com organização, sem necessidade de proibir o uso dos equipamentos.

O projeto de lei, apresentado pelo deputado estadual Júnior Mochi (MDB), será analisado após o recesso parlamentar da Assembleia Legislativa. A proposta amplia a restrição que já existe para carros a combustão, estendendo a veículos elétricos como patinetes, bicicletas elétricas e scooters. Se aprovada, a circulação desses meios de transporte ficará proibida aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 19h, justamente no período em que o parque é fechado para o tráfego de veículos motorizados tradicionais.

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De acordo com o deputado, o objetivo é garantir mais segurança aos pedestres, crianças e idosos, mantendo o Parque como um espaço voltado exclusivamente ao lazer e ao contato com a natureza.

Para o advogado Leonardo Albuquerque, de 46 anos, a solução mais eficaz seria reorganizar os espaços, de forma que cada tipo de uso tenha sua área delimitada, evitando conflitos. Ele acredita que uma proibição total não resolve o problema e ainda pode ser questionável do ponto de vista legal.

"Soa até um pouco inconstitucional se você proibir alguém de utilizar o Parque dos Poderes, visto que é um espaço público. Para que todos pudessem utilizar, seria só fazer um ajuste, uma questão de logística mesmo", disse ele.

Leonardo acredita que ajustes simples, como um acordo de conduta entre os frequentadores, já seriam suficientes para manter a harmonia no local. Ele sugere uma divisão clara: a pista para corredores, a ciclovia para bicicletas e as calçadas para usuários de patinete ou quem passeia com animais.

Já a professora Elisangela Macedo, também de 46 anos, apoia a proposta por considerar que os veículos elétricos representam um risco, principalmente para crianças e animais. Frequentadora assídua do parque aos finais de semana, ela vê a proibição como uma forma de aumentar a segurança de todos.

"Esses veículos colocam em risco crianças e animais", justificou. Elisangela também criticou o comportamento de alguns frequentadores que levam cachorros soltos, aumentando, segundo ela, o risco de acidentes.

A também professora Nely Sales, de 56 anos, que estava no parque acompanhada dos netos, também demonstrou apoio à proposta. Morando há um ano em Campo Grande, ela relata já ter presenciado acidentes causados por veículos elétricos em sua cidade natal, Fátima do Sul.

"A restrição daria mais tranquilidade aos pais e avós que usam o espaço para passear com crianças pequenas", afirmou.

O projeto de lei aguarda análise na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa. Se for aprovado, seguirá para votação em plenário.

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