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Por uma nova e, necessária, consciência ambiental

Por André Luis Xavier Machado (*) | 16/08/2013 09:25

A Revolução Industrial, principiada na Inglaterra na segunda metade do século XVIII, possibilitou a libertação dos grilhões da força humana do trabalho e as sociedades se tornaram capazes da multiplicação rápida, constante e ilimitada de produtos e serviços. Sob qualquer aspecto, este foi o mais importante acontecimento na história do mundo, desde a invenção da agricultura e da metalurgia, da escrita, das cidades e do Estado. Tal revolução significou um conjunto de transformações em diferentes aspectos da atividade econômica – indústria, agricultura, transportes etc.

Esse acontecimento histórico que transformou e continua a transformar o mundo significou, sobretudo, segundo Hobsbawm (em A Era das Revoluções) uma revolução no processo de trabalho por meio da criação de um sistema fabril mecanizado que produz em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado. O autor exemplifica que não foi a demanda de carros que criou a indústria de porte atual, mas a capacidade de produzir carros é que fomentou a demanda em massa.

A partir de então, durante os séculos XVIII e XIX, o desenvolvimento científico começou a se relacionar com a produção e a ciência passou a ser colocada a serviço da modificação da natureza, em busca da solução dos problemas produtivos do ideal de progresso. No século XX começaram a se tornar visíveis os problemas advindos dos processos produtivos em larga escala. Ficaram evidentes os problemas sociais como a população das áreas industriais, o inchamento das cidades e a vida em condições desumanas de enorme parcela da população.

Além disso, o mundo despertaria para o sinal de alerta representado pelos inéditos e perigosos índices de poluição e degradação dos recursos naturais, posto que a indústria desenvolveu-se baseada em fontes energéticas extraídas da natureza e não renováveis como o carvão e o petróleo, que movimentam usinas, indústrias e as grandes economias mundiais, num volume produtivo sem precedentes.

A preocupação ambiental começou a ser discutida e amplamente difundida somente a partir das últimas décadas do século XX, e esse movimento ganha impulso com a Conferência Rio 92, que surge como resultado de uma crise de civilização, questionando a racionalidade e as tecnologias dominantes na época e propondo a diversidade e igualdade nas relações sociais, o combate à poluição e o apoio a iniciativas e ações de preservação de recursos naturais.

Assim sendo, compreendemos que a superação da atual crise civilizatória requer que a superação da ultrapassada mentalidade de progresso, mesmo a custa da destruição dos recursos naturais e a nova e necessária consciência ambiental. Requer também o inadiável reconhecimento e consciência de que todos nós somos responsáveis e devemos cuidar dessa enorme e flutuante esfera azul.

Nesse sentido, são louváveis e imprescindíveis as ações de educação ambiental, como o Dia Nacional do Campo Limpo, comemorado no dia 18 de agosto, mas com ações desde o dia 16. É uma interessante proposta que está na nona edição anual, promovendo atividades ligadas à preservação do meio ambiente, com ativa participação de crianças da rede escolar. Esta iniciativa possibilita, despertar nas crianças que dela participam e tomam conhecimento, a necessária consciência ambiental daqueles que, em poucas décadas, serão responsáveis pelos destinos do mundo em que todos nós vivemos.

(*) André Luis Xavier Machado é advogado e vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul.

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