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Roleta Russa no trânsito de Campo Grande

Por Ben-Hur dos Santos Costa de Oliveira (*) | 15/02/2013 09:30

Dirigindo pelo trânsito de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, fica evidente o por quê do enorme número de acidentes de trânsito na capital sul-matogrossense. Motoristas que desrespeitam a sinalização, apressados, embriagados, desatentos, são alguns dos tipos de motoristas que você observa pela cidade.

Com um dos trânsitos mais violentos do Brasil, os moradores da cidade chegaram a um nível onde é preciso se questionar o quanto vale a pena colocar suas vidas em risco. Com tantos acidentes provocando mortes ou injúrias, estranho seria se as pessoas não tivessem medo. Dizem que as fobias são medos irracionais e exagerados, mas será que essa definição pode ser aplicada quando se trata do nosso trânsito?

Viver em medo não é saudável, porém como viver em um lugar onde você pode ser a próxima vítima. Existem pessoas que estão optando pelo transporte público, e não é pela preocupação com o meio ambiente ou com a falta de condições financeiras, mas pela autopreservação. Aliás, diga-se de passagem que o perigo é tão grande, que nem mesmo a população que utiliza-se dos transportes alternativos está se safando.

Procurando a palavra ‘acidente’ no dicionário pode-se observar que o termo está relacionado àquilo o que é casual, fortuito e uma desgraça. Todavia, será que a maioria dos acidentes não poderiam ser evitados se os motoristas tomassem melhores atitudes quando estão dirigindo? Será mesmo que as fiscalizações de documentos e irregularidades nos carros são a solução para este problema? Parece-me que o principal causador é o ser humano. Dotado da capacidade de discernir o que é certo e errado, o que nos diferencia dos outros animais, questiono-me o que é tão importante a ponto dos indivíduos deixarem a razão de lado para prejudicarem a vida de outras pessoas e suas próprias vidas.

Quando cometemos erros, procuramos sempre responsabilizar qualquer um, menos nós mesmos. As pessoas que usam como desculpa a pressa, para não se atrasar para algum evento ou responsabilidade, poderiam organizar melhor suas rotinas. É tudo uma questão de planejamento. Os motoristas, muitas vezes, esquecem-se que no horário em que eles estão correndo por conta de seus compromissos, geralmente, em cima da hora, as pessoas que utilizam o transporte público precisam acordar de uma a duas horas mais cedo para conseguirem chegar aos seus destinos. Ter uma chave em mãos garante o poder de tirar a vida dos outros ou machucá-los por conta do nosso egoísmo?

Muitos questionamentos e poucas respostas. Não existem fórmulas para melhorar o trânsito, pois este é habitado por seres humanos, com suas próprias vontades e desejos. Dirigir, mais do que uma questão de moral, em que as leis imperam e podem punir os motoristas que desrespeitarem as leis de trânsito, trata-se de uma questão ética. A ética no trânsito é fundamental. Colocar-se no lugar dos outros, refletir e pensar com mais seriedade as atitudes tomadas podem fazer muita diferença.

O trânsito não precisa ser uma roleta-russa, em que você não sabe quem vai ser a próxima vítima, mas tem a certeza de que alguém não vai sair ileso. Que atire a primeira chave quem nunca se envolveu ou ficou sabendo de algum acidente de trânsito, em que o motorista que dirigia corretamente teve sua saúde prejudicada ou morreu por conta da imprudência alheia.

(*) Ben-Hur dos Santos Costa de Oliveira cursa o 8º semestre de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo na Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Campo Grande - Mato Grosso do Sul.

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