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Só avião presidencial tem hora certa para pouso e decolagem

Por Ruy Sant’Anna (*) | 07/11/2013 09:49

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), mesmo enfrentando problemas em suas áreas de produção e incompreensão do governo federal, agem acertadamente, em favor do Centro-Oeste.

Tanto a CNI quanto a CNA ao criarem o Projeto Centro-Oeste Competitivo que objetiva destravar as encrencas da logística brasileira, querem ajudar o governo com tais soluções. O “Centro-Oeste Competitivo” é um programa, realmente, apartidário para o bem estar deste pedaço do País e sua gente.

Dentro da análise e trabalho governamental de André Puccinelli, em Mato Grosso do Sul, estão selecionadas 12 obras, mais importantes para atender o desenvolvimento estadual e do País. Mas, o problema é que o governo federal, responsável pela logística nacional, não ata nem desata. Mesmo assim Mato Grosso do Sul segue em frente.

Se o governo federal tivesse pelo menos acompanhado as orientações do “Centro-Oeste Competitivo”, os gargalos nos transportes rodoviários, ferroviários, hidroviários, nos portos e aeroportos, não surgiriam nem cresceriam tanto como agora.

As ideias desse governo, não são totalmente erradas haja vista o Mais Médicos. Porém esse Programa como outros são cheios de furos, goteiras.

Na fundamental área dos transportes, apesar do governo, a iniciativa privada irriga as artérias do desenvolvimento brasileiro.

A população brasileira cresce, junto com ela os problemas se amontoam e a estrutura básica nas rodovias, ferrovias, hidrovias, nos portos e aeroportos, viram encrencas por não acompanharem o crescimento populacional e tecnológico necessários.

Pior é que a deterioração natural pelo desgaste de anos e anos de uso da estrutura arcaica que aí está, não tem melhoria nem obra nova que possa ser exibida como caminho para o desenvolvimento.

Festa para “ameaçar” ou propagandear “obra nova”, isso tem aos montes e trombeteados pela imprensa amiga, e astros e atrizes bem pagos. Nada contra a imprensa amiga nem contra os astros e atrizes.

Dessa situação caótica na logística brasileira, se salva o avião presidencial, o único com hora certa para pouso e decolagem.

Até os trens de subúrbios, como toda a malha de infraestrutura de transporte, tudo virou um sucatão só. Eles atrasam, tem muita pane no meio do caminho, ar condicionado tem defeito etc. etc.

Pode gastar o que se quiser em campanhas educativas para tentar salvar vidas. Grande parte dos muitos acidentes fatais nas rodovias é provocada pelas escandalosas pistas esburacadas, sem acostamentos e sem abrigo para descanso dos motoristas de caminhões.

Os trens ainda não tendo uma bitola unificada na malha nacional, como aqui em Mato Grosso do Sul, põem em risco de acidente os maquinistas, passageiros e cargas, por causa da “alta velocidade” das composições que “correm” a 14 km por hora. Essa é uma das figuras do atraso nessa logística.

Os portos do Brasil, saindo dos rios como o Paraguai e Paraná, do nosso lado, precisam de dragagem e eclusas, além de agilização documental desburocratizante, pátio para movimentação e estacionamento de caminhões e/ou pátio e estação para trens.

Afinal, se algum comandante de navio do século XIX, já morto, portanto, pudesse “visitar” algum porto onde trabalhou veria que tudo está igual como era antes.

Como acredito na persistência, na coragem e trabalho da iniciativa privada, aqui representada pela CNI e CNA que ajuda muito ao governo federal, aliada com os governos estaduais, tenho comigo que esse governo esta sendo forçado a abrir os olhos para a logística. Por isso, deixo meu abraço e desejo aos sul-mato-grossenses, que tenham um bom dia; dou-lhes o meu bom dia pra vocês.

(*) Ruy Sant’Anna é jornalista e advogado.

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