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Você com o revólver na mão é um bicho feroz

Marta Ferreira | 01/09/2012 18:12

Aproprio-me da letra do Bezerra da Silva pra uma analogia simples: revólver=voto. Você tem em suas mãos a arma capaz de MATAR toda a indiferença, a cultura, a sociedade e a cidadania, porém, é com ela que você pode realizar o sonho de uma cidade mais limpa, com mais saúde, dignidade ao povo e principalmente reviver a dignidade e a moralidade de um sistema falho e cheio de lacunas a ser preenchidas.

Coloque de lado todos seus preceitos e conceitos antes de dar o tiro de misericórdia, avalie se o alvo a ser atingido é, de fato, aquele que você quer almejar, e se, com esse tiro você estará em paz consigo mesmo.

O que acontece na mente de um assassino quando acerta o seu alvo é o mesmo que acontece com você quanto aperta a tecla verde, você pode passar a vida toda se remoendo por ter atirado em um inocente, e neste caso, em vários inocentes, pois seu tiro pode acabar com milhares de vidas, sonhos... E não existe pena de morte para esse crime, ao contrário, sua pena é viver para ver todo o estrago que você cometeu com sua comunidade, sua família. Uma bala perdida.

Para que você não passe quatro ou oito anos com remorso por um tiro incerto, converse com sua família, instituição mor, capaz de te auxiliar neste faroeste caboclo em que você pode, ou não, ser o Santo Cristo, mas perceba que mesmo ele procurava auxiliar essa gente que só sabe sofrer.

Sofre-se muito com um erro dessa magnitude. Sofre você, seu filho, seu neto e todas as gerações vindouras. Não faça uma roleta russa, não brinque com a sorte, seja coerente e mire naquele que você tem certeza absoluta que pode fazer a diferença. Esqueça que você é cargo comissionado, das pressões de seus chefes, gerentes ou governantes.

“Você vai votar no fulano ta bom?”, não senhor, minha dignidade esta acima de sua vontade, meu filho não me perdoaria se eu votasse no fulano em troca de um trocado. Que moral eu teria para dizer para meu filho não mate, se eu matei o futuro dele?

É. Meu Tauros tem duas balas e tenho que ter precisão na hora de atirar, pois são esses tiros que vão manter meu filho vivo.

(*) Rodrigo Ostemberg é jornalista e fotográfo

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