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Voto pela sustentabilidade

Por Ângelo Rabelo (*) | 28/09/2018 08:20

Neste período eleitoral, nossas escolhas podem produzir resultados importantes para o nosso futuro e da natureza. No caso do Pantanal, a estrutura de pesca desportiva segue em pleno funcionamento. Para exemplificar, ao final de 5 dias, o barco hotel atraca no Porto de Corumbá.

Cumprindo as normas de pesca, um grupo de 50 pescadores turistas, se dirigem a Polícia Militar Ambiental para vistoriar e lacrar seus peixes para seguir viagem. A cota de 10 kilos, mais o exemplar e ainda até 10 kilos piranhas de cortesia da natureza , somam aproximadamente 500 Kilos de peixes de um único grupo.

Está cena se repete todas as semanas, oriundo de vários barcos e hotéis de pesca, especialmente agora na chamada “alta temporada”. Neste período, entre agosto e outubro, os cardumes saem para calhas dos rios e, com muitos peixes e pouca comida, a pesca desportiva atinge seu prazer pleno.

Neste mesmo bioma, os pescadores profissionais, sufocados e com baixa produtividade, para atender suas necessidades, recorrem ao MPF que sugere ao Instituto Chico Mendes, abrir a zona de amortecimento (proteção ) do Parque Nacional do Pantanal. berçário e refúgio de muitos peixes.

Os catadores de de isca , para atender a pesca desportiva no Pantanal e outros biomas, seguem tirando mais de 20 milhões de isca em média, na temporada, sem avaliação científica. Aliás, estamos sem nenhum suporte da academia. Este paraíso de peixes, como um grande aquário, perdeu 30% da sua profundidade, em função do assoreamentos dos rios. Cerca de 70% da vegetação nativa foi suprimida.

No Senado, o Projeto de Lei de Proteção do Bioma, segue seu trâmite, olhando para baixo. Não importa o planalto e suas nascentes. Morar na parte alta da bacia do alto Paraguai, sempre é um previlégio. As terras valorizaram nos últimos 10 anos 1000 %.

E assim seguimos “Homo sapiens”, a espécie que se tornou Deus, deixando nossas pegadas e extraindo da natureza de forma descontrolada. Talvez não tenhamos tempo de tomar consciência de que, com 7 bilhões de pessoas no planeta, não podemos continuar sendo primitivos como eram os “Caçadores Coletores”.

Nos resta, no modelo político atual, alternativa de esperar uma decisão corajosa dos políticos eleitos, de propor novas regras de restrição. Na escolha do candidato, pense naqueles que terão coragem de pensar no coletivo e na sustentabilidade dos recursos naturais, dos empregos, dos negócios. A natureza “ainda”possui uma capacidade de se renovar, de repovoar, mas depende de nós. Vote pela sustentabilidade.

(*) Ângelo Rabelo é coronel da reserva e ex-comandante da Polícia Ambiental em Corumbá (MS).

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