CFM denuncia impacto do trânsito: mortes em massa e sequelas permanentes
Em 260 dias, a média é de uma morte a cada cinco dias em Campo Grande

O Conselho Federal de Medicina alerta para o impacto da violência no trânsito no Brasil. Durante o 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, em Salvador, foram apresentadas estimativas que apontam para mais de 32 mil mortes anuais em sinistros de trânsito no país, o que equivale a 92 vítimas por dia. Para cada vida perdida, ao menos dez pessoas ficam com sequelas graves ou permanentes.
RESUMO
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O Brasil registra mais de 32 mil mortes anuais em acidentes de trânsito, equivalente a 92 vítimas diárias, segundo dados apresentados no 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego. Para cada óbito, dez pessoas ficam com sequelas graves ou permanentes, gerando custos anuais de R$ 50 bilhões em despesas hospitalares e previdenciárias. Em Campo Grande, a situação é igualmente preocupante. A capital sul-mato-grossense contabilizou 52 mortes no trânsito entre janeiro e setembro de 2023, resultando em uma média de um óbito a cada cinco dias. O cenário tem motivado especialistas a defenderem a ampliação de políticas públicas que integrem medicina do tráfego, prevenção e educação.
O cenário nacional encontra reflexo em Campo Grande. De acordo com estatísticas da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), a Capital registrou 53 mortes no trânsito entre 1º de janeiro e 22 de setembro deste ano. Em 260 dias, a média é de uma morte a cada cinco dias.
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Segundo o presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), José Hiran Gallo, o Brasil figura entre os países com maior número absoluto de mortes no trânsito, ao lado de nações como a Índia e a China. “Falamos de jovens que deixam de estudar, homens e mulheres impossibilitados de trabalhar, famílias que passam a conviver com a dependência e o sofrimento prolongado”, destacou.
Além da tragédia humana, os sinistros de trânsito trazem custos elevados. Dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontam que os gastos anuais chegam a R$ 50 bilhões, valor que engloba despesas hospitalares, previdenciárias e perdas de produtividade. “Esse valor seria suficiente para construir centenas de hospitais de médio porte ou milhares de escolas públicas”, afirmou Gallo.
Situação na Capital
Três ocorrências recentes chamam a atenção pela gravidade em Campo Grande. No dia 17 de setembro, o trabalhador da Solurb, Cipriano Pereira Quinhones, de 60 anos, morreu atropelado enquanto atuava na Avenida Duque de Caxias.
No dia 14, o vendedor Gabriel Vieira Santos, de 29 anos, perdeu a vida após avançar o sinal vermelho e cair com o carro no Córrego Segredo. Já no dia 15, Sandro Roberto morreu após nove dias internado, vítima de atropelamento no Parque do Lageado. A última vítima do trânsito na Capital, o ciclista Vanderlei Martins Coelho, de 56 anos, morreu no dia 22 na saída para Rochedinho.
Para o CFM, os números reforçam a necessidade de ampliar políticas públicas que unam à medicina do tráfego a medidas de prevenção, fiscalização e educação. “Cada sinistro grave no trânsito representa não apenas tragédias pessoais e familiares, mas também um prejuízo para a coletividade, ao drenar recursos públicos que poderiam ajudar no fortalecimento de nossa saúde, educação e segurança”, concluiu Gallo.