Chefe do MPMS confirma contato com conselheiro sobre plano contra autoridades
Paulo Passos diz que conversa com Jerson Domingos após deliberação "conjunta" com o Gaeco, de onde é um dos alvos da ameaça

Em resposta a conteúdo de entrevista concedida pelo advogado David de Moura Olindo, alvo da operação Omertá 2, deflagrada nesta terça-feira (17) em Campo Grande e mais 5 cidades, o procurador-geral de Justiça em Mato Grosso do Sul, Paulo Cézar Passos, enviou à redação do Campo Grande News nota na qual admite ter conversado com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Jerson Domingos, também alvo da ação, sobre a existência de plano de atentado a autoridades.
Segundo Passos, o contato anterior à operação ocorreu depois de deliberação “em conjunto” com os promotores integrantes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) e em “respeito ao próprio Tribunal de Contas”. Ele afirma, ainda, que na oportunidade, declarou a Domingos ser “inadmissível” qualquer plano contra integrante do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
Conforme o relato, o conselheiro e ex-presidente da Assembleia Legistativa negou participação na empreitada criminosa apontada pela nova fase de investigação da Omertà. A operação foi deflagrada em setembro do ano passado, contra grupo de extermínio.
Na entrevista ao site Região News, David Olindo, que também aparece no relatório improvisado, cita Jerson, atribuindo a ele conversa com Paulo Passos, antes da operação, na qual os dois teriam dado risadas da trama sugerida.
Na nota à imprensa, Passos diz “foi comunicado pela coordenação do Gaeco sobre possível ameaça proferida em desfavor de membro da instituição que integra o Gaeco”. Segundo ele, essa providência é regra no órgão ministerial.
Diante da informação de que um dos possíveis partícipes do plano de atentado a integrante do Gaeco seria conselheiro do Tribunal de Contas, continua o texto, “este PGJ e a coordenação do GAECO deliberaram em conjunto, em respeito ao próprio Tribunal de Contas, estabelecer um contato pessoal para esclarecer os fatos”.
Diálogo - Conforme Passos, foi solicitada reunião com o conselheiro Jerson Domingos, “explicando a situação que chegou a seu conhecimento”. Conforme o procurador, nesse encontro, foi esclarecido “que é inadmissível qualquer ato que atente à integridade física de membro do Ministério Público ou agente do Estado em razão da sua atuação, uma vez que este PGJ entenderia tal ato como uma ameaça a sua própria integridade”.