Com 127 mortes por H1N1, Mato Grosso do Sul bate recorde histórico
De janeiro a setembro, óbitos já ultrapassam a maior alta registrada desde 2009

Ainda é setembro, mas em 2025, Mato Grosso do Sul já alcançou o recorde no número de mortes anuais causadas pelo vírus da gripe desde 2009. O subtipo H1N1 puxa a alta. Ele fez 127 vítimas até então, superando em 33% o maior número da série histórica — que foi de 95 casos em 2016.
RESUMO
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Mato Grosso do Sul bate recorde de mortes por gripe em 2025. O número de óbitos por influenza chegou a 179, sendo 127 causados pelo subtipo H1N1. Idosos com 80 anos ou mais são os mais atingidos, representando a maioria dos casos fatais. A baixa adesão à campanha de vacinação entre essa faixa etária preocupa especialistas. A médica infectologista Andyane Tetila alerta para a necessidade de aumentar a cobertura vacinal entre os idosos. A hesitação em se vacinar, somada à confusão sobre possíveis efeitos adversos, contribui para a baixa procura pela imunização. A especialista recomenda que a vacinação seja feita o mais cedo possível, antes do pico de circulação viral. Além da alta de mortes entre idosos, crianças de até nove anos também representam parcela significativa das internações por gripe.
A maioria das pessoas que morreram este ano tinha 60 anos ou mais, e a faixa etária mais afetada foi a de 80 anos ou mais. Os dados ano a ano e o detalhamento sobre o avanço do vírus influenza em Mato Grosso do Sul constam em boletim divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde) na última sexta-feira (19).
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Os idosos são as maiores vítimas e justamente a faixa com menor cobertura vacinal no Estado, frisa a médica infectologista de Dourados e diretora na SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), Andyane Tetila. “De acordo com os dados do Programa Nacional de Imunizações, que eu chequei hoje (22), a cobertura poderia estar melhor principalmente na população idosa. Quando a gente soma os maiores de 60 anos ali no boletim da SES, é a que mais impacta em número de óbitos”, confirma a especialista.
Andyane afirma que é preciso insistir em ampliar a cobertura vacinal junto aos mais velhos. “Nós precisamos trabalhar. A hesitação vacinal está muito prevalente entre os idosos e é um desafio bastante grande nós tirarmos o medo do idoso de procurar se imunizar com uma vacina que precisa ser repetida anualmente”, completa.
A infectologista esclarece uma confusão sobre os efeitos adversos da vacina, que acaba afastando idosos das salas de vacinação. “Muitos se queixam de que há um quadro viral logo após a imunização, mas procuram a dose num momento de alta prevalência de circulação viral, que é quando as pessoas mais procuram. Aí complica, porque as infecções vêm sobrepostas e acham que é por conta de efeitos adversos da vacinação. Há bastante confusão nesse sentido”, descreve.
Os idosos também têm que se apressar para garantir a prioridade na imunização. “É preciso, além de trabalhar esse medo e a hesitação, promover a vacinação o mais precocemente possível, antes do início da circulação viral na nossa região, no nosso Estado e no nosso país”, acrescenta a médica.
Além da baixa cobertura vacinal, não há evidências científicas de outros fatores relacionados ao aumento da circulação ou ao fortalecimento do vírus influenza, finaliza a diretora da SBI.
Considerando H1N1 e os subtipos da influenza, as mortes somam 179 neste ano. Até então, o maior número era 120, registrado em 2022. O boletim da SES traz lacunas nos dados de 2010 e 2011, mas que não impactam significativamente o conjunto de dados, pois se referem a períodos de menor circulação do vírus, quando se analisa o ritmo da série histórica.
Crianças - Faixa etária bastante afetada com hospitalizações por influenza é a das crianças. A dos idosos também aparece com taxas elevadas.
Até agora, bebês de até um ano representam 5,8% das internações, e crianças de 1 a 9 anos respondem por 16,6%. A faixa de 10 a 19 anos concentra 4,3% das hospitalizações. Jovens e adultos são os menos afetados.
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