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Cidades

Com superlotação, semana termina com 160 pacientes a espera de vagas

Índice de encaminhamento no estado varia entre 3% e 4%, de acordo com a Sesau

Fernanda Palheta | 13/04/2019 08:54
Imagem de corredor lotado na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)
Imagem de corredor lotado na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Alcides Neto)

A superlotação na rede pública de saúde nunca para de surpreender em números. No mês passado, Campo Grande bateu o recorde em 1 dia de atendimento e hoje, com limite esgotado na Santa Casa, no HU (Hospital Universitário) e no HR (Hospital Regional), 160 pacientes de Capital e do interior aguardam uma vaga hospitalar. Segundo a coordenação de urgência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), o índice de encaminhamento para leitos fica em apenas 3% e 4% da necessidade real.

A principal demanda por leitos vem da Capital, que representa cerca de 70% dos pacientes que aguardam uma vaga. A falta de leitos nos principais hospitais reflete na superlotação das unidades de saúde do Estado.

De acordo com a coordenação de urgência da Sesau, 44 pacientes que estão esperando vagas estão em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento), 24 internados nas CRSs (Centros Regionais de Saúde), 27 no Cenort (Centro Ortopédico Municipal Delmiro Teixeira Pedrosa) e 18 estão internados em outros hospitais, como a Cassems. No interior, conforme a coordenação de urgência, 44 pacientes aguardam vaga hospitalar em Campo Grande.

Na Santa Casa, o Pronto Socorro ficou lotado nesta sexta-feira (12), e a unidade internou 27 pacientes a mais, o que representa índice 135% superior a capacidade. Na área vermelha, setor com seis leitos, 10 pacientes estavam internados. Na área amarela, os 7 leitos disponíveis estavam ocupados. Já na área verde, a lotação quadruplicou. Com sete leitos disponíveis, 30 pacientes estavam internados.

O Campo Grande News procurou o HU e o HR, mas os hospitais não atenderam ou retornaram as ligações ate a publicação da matéria.

Esperando uma vaga - O filho da secretária Lídia Paula Andrade, de 37 anos, entou nesta semana na lista de pacientes que esperam uma vaga hospitalar. Diagnosticado com dengue tipo 2, o estudante, Rafael Barreto, de 21 anos, ficou 2 dias na UPA Aero Rancho, enquanto esperava uma vaga no Hospital Regional.

A mãe conta que o filho foi transferido na manhã da última quinta-feira (11). “Ele começou a sentir sintomas da dengue no sábado, mas só foi procurar o posto de saúde na segunda feira”, relembra. Com febre de 39.8, o estudante recebeu soro no posto, fez exame da dengue e foi para casa. Na terça-feira, Rafael voltou para a UPA para pegar o resultado do exame, que apontou que as plaquetas estavam em 78 mil.

Para acompanhar o estado de saúde, o médico plantonista pediu para a família refazer o exame em uma clinica particular. O segundo resultado apresentou uma queda brusca no número das plaquetas, que caíram para 10 mil. “Fiquei desesperada e voltamos para a UPA. Outro médico nós atendeu e a falou que só iria receitar soro para ele se hidratar. Quando encontramos o primeiro médico que nos atender, mostramos o exame e ele pediu uma vaga para o meu filho”, detalha.

O estudante passou a noite internado na UPA e às 10h de quinta-feira (11), ele foi transferido para o Hospital Regional. Segundo a mãe do paciente, ele continua internado.

Dia de caos na saúdeNa última semana de março, as unidades de saúde de Campo Grande tiveram um dia de caos. No dia 26 de março, uma segunda-feira, foi registrado o recorde de atendimento no ano. Conforme a coordenadoria de urgência da Sesau, em 24 horas, foram registrados 6.250 atendimento nas seis UPAs e quatro CRSs da Capital. O número é quase o dobro da média diária, de 3.500 atendimentos.

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