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Cidades

Em 1 dia, quase 80 pessoas vão para UTI em MS e Capital atinge 117% de lotação

Mesmo com menor média estadual de óbitos há quase 2 meses, número de infectados em estado grave disparou

Guilherme Correia | 13/05/2021 11:03
Fila de pessoas aguardando tomar 2ª dose da Coronavac em Campo Grande na semana passada. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)
Fila de pessoas aguardando tomar 2ª dose da Coronavac em Campo Grande na semana passada. (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Mato Grosso do Sul tem menor índice de mortes por covid desde 16 de março, indicando leve redução na curva de óbitos pelo coronavírus. Apesar disso, a macrorregião de saúde de Campo Grande registrou 117% de ocupação de leitos de terapia intensiva - ou seja, infecções e casos graves ainda estão em patamar mais crítico da pandemia.

É o maior índice das últimas semanas. Em comparação com o boletim de quarta-feira, em 24 horas mais 79 pessoas foram para UTIs no Estado. Ontem eram 485 pacientes, hoje são 564 internados em Unidades de Terapia INtensiva.

Boletim epidemiológico divulgado na manhã desta quinta-feira (13) confirma mais 1,1 mil infectados e 17 vítimas, registrados nas últimas 24 horas, mas que podem ter tido diagnóstico em datas anteriores. Portanto, a média móvel semanal - que verifica os índices a cada sete dias como forma de mensurar mais precisamente os dados - é de 26,7 óbitos por dia e pouco mais de mil casos diários.

Ainda que menos de 10% da população total tenha sido imunizada com vacinas, um dos fatores apontados para essa pequena redução, já que são muitas mortes sendo contabilizadas dia-a-dia, é o início da campanha de imunização.

Lotação - A macrorregião de saúde de Campo Grande - que engloba outros 30 municípios da região com ou sem leitos de UTI, realizando essa "mobilidade" de pacientes entre cidades, registrou índice de ocupação de 117%.

Na prática, isso significa que todos os leitos contratualizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) estão ocupados, sendo que maioria (83%) são por casos de covid. Além disso, há excedente (17%) de pacientes em leitos improvisados e inadequados - situação que foi muito evidente em março deste ano.

Conforme o documento, publicado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), a justificativa para essa lotação é por conta de estruturas que ainda não foram oficializadas pelo Ministério da Saúde, mesmo que passado mais de um ano desde o começo da pandemia. "O excedente da capacidade representa pacientes em leitos covid-19 ainda não habilitados pelo SUS, mantidos pelas secretarias municipais e estadual de Saúde".

As demais macrorregiões de saúde têm índices também altos: Dourados (90% de ocupação), Três Lagoas (84%) e Corumbá (100%). Ao todo, no Estado, são mais de 1,2 mil pessoas hospitalizadas em leitos clínicos ou de terapia intensiva - índice que beirava os 500 no ano passado.

A "fila de espera" para abertura de leitos também cresceu em comparação às últimas semanas, o que indica novamente que mais pessoas têm sido acometidas por casos graves. Segundo dados da Central de Regulação, a Capital tem 69 pacientes nessas condições.

Procurada ontem (12) pela reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) ressaltou que a quantidade de pacientes aguardando transferência hospitalar é "flutuante" e diversos fatores têm de ser considerados para justificar essas oscilações, como o aumento ou redução no número de traumas, emergências clínicas, entre outros agravos.

"Sempre haverá pacientes aguardando o processo de regulação, independentemente de haver vagas ou não disponíveis. Considerando os meses anteriores, o número atual é considerado 'controlado'. O município encaminha em média 100 pacientes por dia para os hospitais pertencentes à rede conveniada".

Desde o inicio da pandemia, mais de 261,2 mil pessoas tiveram covid em mato Grosso do Sul, das quais 6.123 não resistiram e faleceram. Quase 23% da população do Estado foi vacinada com pelo menos uma dose, enquanto 8,6% receberam as duas aplicações necessárias.

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