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Cidades

Falta medicamento contra Aids na rede pública de Campo Grande

Centro de Doenças Infecto-parasitárias está sem doses do Dolutegravir sódico, medicação usada para tratamento da doença

Gabriel Neris | 06/01/2020 16:04
Dolutegravir é uma medicação anti-retroviral usada juntamente com outros medicamentos para tratamento do HIV (Foto: Direto das Ruas)
Dolutegravir é uma medicação anti-retroviral usada juntamente com outros medicamentos para tratamento do HIV (Foto: Direto das Ruas)

Pacientes de Campo Grande dependentes da rede pública de saúde reclamam da falta de medicamentos usados para o tratamento de doenças infectocontagiosas.

Um paciente, que não quis se identificar, foi informado no Cedip (Centro de Doenças Infecto-parasitárias) por funcionários de que estão sem doses do Dolutegravir sódico, medicação anti-retroviral usada juntamente com outros medicamentos para tratamento da Aids.

“Os medicamentos usados para o tratamento são de uso diário. Esse aí é um dos mais modernos e com menos efeitos colaterais. São dois comprimidos por dia, sem o fornecimento da rede pública a gente fica na mão porque a venda ainda não é liberada no país e, mesmo que fosse dificilmente conseguiria comprar. Só o Dolutegravir custa entre R$ 532,58 (10 mg) até R$ 2.718,53 (50 mg)”, diz o paciente.

O paciente teme que a falta do medicamento provoque reação imediata. “Sem o fornecimento ficamos não mão. Meu maior medo é chegar lá um dia e falaram que não tem o remédio porque o efeito que isso causaria, por exemplo, na minha viral seria catastrófico. Eu tinha um amigo que deixou de tomar e morreu com Aids um ano depois”, diz.

O Campo Grande News procurou o Ministério da Saúde que, em nota, respondeu “que não há problema de abastecimento do medicamento Dolutegravir. Os pedidos de todos os Estados foram atendidos integralmente. Cabe ressaltar que o Ministério da Saúde repassa os medicamentos para as Secretarias de Saúde Estaduais, e estas são responsáveis pela distribuição aos municípios”.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) respondeu que o medicamento é disponibilizado através do Ministério da Saúde e que em dezembro do ano passado recebeu uma sinalização da pasta sobre possível atraso na entrega.

“Visto o risco de desabastecimento, o Cedip optou por passar a regular mais a entrega desse medicamento. É preconizado ao Centro a distribuição de doses suficientes para 30 dias de tratamento, sendo que, em casos onde há um estoque confortável de doses, a medicação pode ser distribuída para um período maior, podendo chegar a até 90 dias”, informou.

A Sesau disse ainda que, para evitar que qualquer paciente fique desassistido, caso esse atraso persista, “o Cedip está realizando a entrega somente da quantidade que é preconizada, tendo variação no número de doses quando o paciente sinaliza e comprova a necessidade (como em casos de pacientes que viajarão e ficarão sem a medicação, caso não seja feito uma entrega com mais doses, ou que moram em outras localidades). A Sesau ratifica que nenhum paciente ficou desassistido e que a alteração na distribuição foi feita visando garantir o tratamento de todos os pacientes acompanhados pela rede”, completa.

A reportagem também procurou a SES (Secretaria de Estado de Saúde) para saber qual é a situação da distribuição do medicamento para os municípios e aguarda resposta.

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