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Cidades

Filha de massagista diz que pediu para mãe se entregar: "não tem como fugir”

Massagista foi para casa da filha, em Coxim, antes de se entregar à polícia e confessar ter matado chargista Marco Borges

Silvia Frias | 27/11/2020 12:34
Clarice confessou crime em São Gabriel e foi trazida para Capital (Foto/Arquivo: Paulo Francis)
Clarice confessou crime em São Gabriel e foi trazida para Capital (Foto/Arquivo: Paulo Francis)

Por telefone, Aline Silvestre de Azevedo, 28 anos, soube pelo irmão que a mãe, Clarice Silvestre de Azevedo, 44 anos, havia matado o chargista Marco Antônio Rosa Borges, 54 anos. Ela e os irmãos pediram para que a mulher confessasse o crime. “Falei que tinha que se entregar, não tem como fugir”.

Aline mora em Coxim há 3 anos, com os filhos de 11 e 7 anos, e recebeu a visita da mãe na segunda-feira (23). “Quando chegou, não contou o que aconteceu, ela estava quieta, muito quieta”. Proprietária de bar, deixou a mãe depois do almoço e só voltou de madrugada, quando Clarice já estava dormindo.

Na manhã seguinte, recebeu ligação do irmão, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, 21 anos, contando o que havia acontecido no sábado (21). “Nossa, fiquei em choque. Deus me livre, até agora não acredito”.

Aline acordou a mãe e relatou a ligação do irmão. Chorando, Clarice contou a discussão, os dois tapas que teria levado, o empurrão na escada, o esfaqueamento e a ajuda dada pelo filho.

“Chorei, fique decepcionada, falei que ela tinha que se entregar”, disse a comerciante. O pedido de confissão, segundo ela, também foi feito pelos outros dois filhos da massagista, com quem Aline manteve contato por telefone. “Eu e meus irmãos falamos para ela se entregar, não tinha nunca como fugir, não tem jeito de fugir”, disse.

Na manhã seguinte, Clarice optou em ir à PM (Polícia Militar) da cidade vizinha, São Gabriel do Oeste. Em Campo Grande, já era potencial suspeita: havia sido convocada para depoimento, na segunda-feira (24), e desaparecido, inclusive estando com o celular desligado duas horas e meia antes do horário marcado para comparecer à delegacia.

Aline não teve mais contato com a mãe desde que foi à polícia em São Gabriel. Até agora, diz não acreditar que a mãe tenha cometido o crime, ainda mais com a forma como o corpo foi retirado da casa e ocultado: esquartejado e, posteriormente, queimado em terreno baldio.

“Estou em choque, chocou todo mundo. Nossa, Deus me livre”, repetiu. A comerciante contou a mãe havia relatado a agressão ocorrida durante a discussão. “Não precisava ter terminado desse jeito, muita crueldade”, disse.

Apesar do choque com as circunstâncias, diz que a mãe não tem índole agressiva ou cruel. “Quem conhece ela, sabe. É amor da minha vida, guerreira, super mãe, trabalhadeira, maravilhosa, até agora, não consigo entender”.

O caso - O crime aconteceu por volta das 8h20 do sábado (21), após discussão na casa dela, no bairro Monte Castelo. À polícia, a massagista contou que tinha relacionamento há 9  meses com Marco Antônio, mas que ele não queria torná-lo público. A discussão começou quando viu uma foto no celular dele, com outra mulher. Ela contou ter sido agredida com 2 tapas e o empurrou da escada. Depois, quando o chargista ainda estava atordoado, o esfaqueou.

Depois de ter matado o chargista, de manhã, Clarice foi para um bar. Após o almoço, Clarice saiu para comprar materiais para esquartejar a voltou para casa com facas, luvas, sacos de lixo e água sanitária para limpar o local.

Por volta das 18h, João Victor Silvestre de Azevedo Leite, 21 anos, filho de Clarice, foi até a casa dela, no Monte Castelo, ajudar a esquartejar a vítima. Às 19h30, o corpo de Marco, dentro de três malas, foi levado para a casa de João Victor, no Jardim Tarumã. Depois, foi levado para terreno baldio, no Jardim Corvocado, e queimado.

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