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Cidades

Fiscalização na fronteira com a Bolívia espanta consumidores do país vizinho

Congestionamento com mais de quatro horas no Posto Esdras causa revolta de comerciantes

Gabriela Couto | 23/02/2021 13:30
Congestionamento se formam dos dois lados na fronteira entre Brasil e Bolívia, no Posto Esdras, em Corumbá - (Foto: Câmara de Corumbá)
Congestionamento se formam dos dois lados na fronteira entre Brasil e Bolívia, no Posto Esdras, em Corumbá - (Foto: Câmara de Corumbá)

A reclamação de comerciantes de Corumbá, a 424 km de Campo Grande, chegou até a Assembleia Legislativa. O congestionamento por conta da fiscalização montada pela Polícia Federal e Força Nacional no Posto Esdras, que faz divisa entre o Brasil e Bolívia, tem espantado os moradores da região de fronteira para consumir no mercado corumbaense.

“É um transtorno na vida das pessoas. Forma-se uma fila enorme para a fiscalização, mas falta efetivo suficiente para dar mais celeridade no procedimento. Tem gente que está ficando até cinco horas esperando passar de um lado para o outro. Se a pessoa entra no serviço às 07h acaba chegando meio-dia no trabalho por conta do congestionamento”, alega o deputado estadual Evander Vendramini (PP).

Com o câmbio do dólar nas alturas, os bolivianos que querem aproveitar os preços brasileiros acabam desistindo de consumir no comércio corumbaense por conta da longa espera. “Está insustentável. Uma verdadeira operação tartaruga. Se não tem efetivo suficiente, que façam a fiscalização por amostragem”, sugeriu o parlamentar.

De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Corumbá, vereador Roberto Façanha, o fluxo na barreira está muito lento e a única esperança para o comércio da cidade se recuperar da crise econômica causada pela pandemia era o cidadão boliviano.

“Tem pessoas que vem de Santa Cruz para comprar aqui. Eles estão movimentado o nosso centro comercial, os supermercados, enfim, estão aquecendo a economia local. Mas, com a fiscalização na fronteira e a demora que está ocorrendo, eles vão acabar desistindo de vir para cá e quem perde com isso somos nós. Isso pode matar nosso comércio”, disse.

Um documento foi encaminhado ao Superintende Regional da Polícia Federal no Estado, Marcelo Correia Botelho, com cópia ao Chefe da Delegacia de Polícia Federal em Corumbá, Alan Wagner Nascimento Givigi e ao Delegado da Alfândega da Receita Federal de Corumbá,   Erivelto Torrico Alencar para que a fiscalizações das autoridades sejam mais pragmáticas e dinamizadas em razão da alta demanda de entrada e saída de brasileiros e de estrangeiros que, diariamente, atravessam as fronteiras para o comércio, turismo, trabalho e outras atividades nas cidades.

Desde março do ano passado o governo federal fechou todas as fronteiras do país para acesso de estrangeiros por conta da pandemia do coronavírus, a exceção é para bolivianos e estrangeiros que são da faixa de fronteira.  Mas um acordo de reciprocidade de cidades gêmeas, em municípios fronteiriços, permite à população que vive nestas cidades, transitar entre uma fronteira e outra, seguindo as determinações e leis de cada país. Apenas moradores dessas cidades podem cruzar os territórios que delimitam a área de cada nação.

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