Justiça nega recurso e mantém demissão de chefe de cartório “infiltrado” do PCC
Ex-servidor da vara de Execução Penal emprestava senha e repassava informações sigilosas à facção criminosa

Alvo da operação Courrier, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o ex-chefe de cartório da 1ª VEP (Vara de Execução Penal de Campo Grande), Rodrigo Pereira da Silva Corrêa, que tentava recuperar o cargo público sofreu nova derrota. O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negou recurso apresentado pela defesa e manteve a demissão do servidor. A decisão será publicada no diário da Justiça da próxima terça-feira (2).
O agora, ex-servidor público, foi afastado em julho de 2021 e demitido um ano depois. Ele é apontado como infiltrado do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Poder Judiciário. Rodrigo “emprestava” sua senha para pessoas ligadas a facção acessar dados sigilosos, inclusive de delegados de Mato Grosso do Sul, na ação que ficou conhecida como “Sintonia dos Gravatas” (termo do crime para advogados).
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Rodrigo, que segue preso, justificou que deixava as senhas expostas em papel afixado ao computador. Porém, a versão foi classificada como inverossímil pelo Gaeco. O servidor ainda era responsável por repassar informações sigilosas sobre transferências de detentos.
O recurso foi negado pelo Tribunal Pleno da Corte, instância máxima para ações administrativas do judiciário estadual, com isso, a decisão não cabe mais recurso, a não ser apelação ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).