Laboratório do Rio investiga suspeita de morte por varíola dos macacos em MS
Paciente de 36 anos era de Camapuã e morreu no sábado; laboratório de referência no RJ vai apurar causa

A primeira morte por varíola dos macacos em Mato Grosso do Sul está sob investigação de laboratório da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Trata-se de um homem, de 31 anos, que morava em Camapuã, município distante 141 quilômetros de Campo Grande, e morreu no sábado (6).
Até o momento, apenas um óbito foi confirmado no Brasil, no fim de julho - um paciente de Uberlândia (MG). Mais de 2 mil casos da doença foram notificados em território brasileiro.
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Ele foi encaminhado ao HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) após sofrer um AVC (Acidente vascular cerebral). De acordo com o secretário estadual de Saúde, Flávio Britto, que informou os detalhes ao Campo Grande News, a vítima tinha histórico de uso de drogas e apresentava erupções na pele.
O material foi coletado em por equipes sanitárias estaduais e encaminhado para o estado do Rio de Janeiro. No País, há pelo menos quatro laboratórios de referência que investigam os casos. A análise, segundo ele, pode levar até quatro semanas para ser feita.
Conforme o titular da SES (Secretaria Estadual de Saúde), o Estado não possui transmissão entre sul-mato-grossenses. Ou seja, todos os casos registrados tiveram contato com pacientes de fora. Até o momento, há oito confirmados - sete na Capital e um em Itaquiraí.
Monkeypox - O agravo é causado pelo vírus monkeypox e é transmitido para humanos via contato com animal ou humano infectado, ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, no entanto, os primatas não são reservatórios do vírus, conforme o Ministério da Saúde.
O ferimento na pele passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. Quando a casca desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. A diferença na aparência com a varicela ou com a sífilis é a evolução uniforme das lesões", diz nota da pasta.
Conforme infectologistas ouvidos pelo portal Uol, o próprio sistema imunológico é capaz de eliminar o vírus e curar o paciente. No entanto, o isolamento é preconizado, como principal forma de reduzir número de infectados. Embora o vetor seja desconhecido, as principais hipóteses são pequenos roedores, como esquilos, nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central.
O monkeypox é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, o que motivou alerta internacional. Normalmente, os registros são relacionados a viagens para áreas onde o vírus é endêmico.
De acordo com a diretora do Laboratório de Virologia do Instituto Butantan, Viviane Botosso, o vírus circula de forma endêmica em alguns países da África, mas levanta preocupação por ter sido confirmado em 12 países fora do continente africano. Segundo ele, crianças e pacientes com deficiência imunológica têm mais risco.
"Apesar de ser uma doença autolimitante, que tende a se curar sozinha, e muito menos grave do que a varíola, pacientes imunocomprometidos e crianças podem desenvolver doenças mais graves e isso pode acarretar problemas de saúde pública”, diz Botosso.
Conforme o Ministério da Saúde, transmissão entre humanos ocorre principalmente via contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo.
(*) Matéria editada às 8h52 para correção de informações. O paciente tinha 31 anos e não 36, conforme informado inicialmente.