Número de focos de incêndios em abril supera média histórica de 21 anos em MS
MS teve 813 focos de calor em abril, superando índices registrados desde 1999 pelo Inpe; combate se concentra no Pantanal
O número de focos de calor em Mato Grosso do Sul no mês de abril já chega a 813, superando todos os registrados no mesmo período, desde o início do monitoramento feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 1999.
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Atualmente, os incêndios se concentram na região do Pantanal, onde brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis) e Corpo de Bombeiros de Corumbá estão trabalhando há pelo menos uma semana.
De 1º de janeiro a 30 de abril, o Inpe registrou 1.864 focos de calor no Estado, sendo que 1.815 se concentram no Pantanal. Em igual período do ano passado, foram 1.061 focos e, somente em abril de 2019, o instituto contabilizou 70 pontos de calor em MS.
De acordo com o tenente-coronel Waldemir Moreira Junior, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros/MS, a situação é considerada crítica. Desde março, as equipes estão combate incêndios em MS, como o ocorrido na APA (Área de Proteção Ambiental) da Baía Negra.
Há pelo menos uma semana, os incêndios começaram no entorno e na Fazenda Santa Tereza e outros focos foram registrados em frente ao município de Corumbá e na Serra do Amolar, já na região do Mato Grosso.
As equipes contam com duas aeronaves Air Tractor do Corpo de Bombeiro de Mato Grosso e do Distrito Federal. O helicóptero da PM (Polícia Militar) de MS estava no apoio, mas teve que retornar e, por isso, um do Ibama já chegou a Corumbá para o trabalho de apoio no início da tarde.
Na Fazenda Santa Tereza, onde uma das bases de trabalho dos bombeiros foi montada, seis brigadistas foram contratados e o combate ao incêndio recebeu apoio da Marinha de Ladário, que tinha enviado helicóptero e mais dois bombeiros foram deslocados para a área.
Segundo o tenente-coronel, os focos na fazenda e próximo de Corumbá foram extintos. O trabalho se concentra, agora, na Fazenda Jatobazinho e Porto Laranjeiras, áreas de difícil acesso, sendo necessário apoio aéreo para facilitar a chegada das equipes de combate a incêndio.

Os bombeiros montaram outra base de apoio na escola rural desativada da Fazenda Jatobazinho. Para chegar ao local dos incêndios, é preciso fazer travessia de 95 quilômetros por barco, seguida de caminhada.
Foram deslocados 14 bombeiros para o trabalho de combate na região. O Ibama enviou contingente de 15 brigadistas, distribuído em três esquadrões, sendo que dois ficarão estabelecidos na Jatobazinho e um no Porto Laranjeiras.
O superintendente do Ibama em MS, coronel Luiz Carlos Marchetti, disse que o helicóptero enviado esta manhã para a região da Fazenda Jatobazinho servirá de apoio, enviando suprimentos e parte da equipe, enquanto outro grupo segue por terra.
A maior dificuldade nesse tipo de terreno é a grande quantidade de matéria orgânica no subsolo, além na dificuldade de acessar áreas alagadas e pantanosas
Marchetti alerta a tendência de piora para os próximos meses. O apoio, normalmente dado a partir de julho a dezembro foi novamente antecipado por conta da dimensão e antecipação dos incêndios. O risco, segundo o coronel, é com inverno seco, que pode deixar a vegetação mais propícia aos incêndios no período de estiagem e calor.
