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Cidades

Número de focos de incêndios em abril supera média histórica de 21 anos em MS

MS teve 813 focos de calor em abril, superando índices registrados desde 1999 pelo Inpe; combate se concentra no Pantanal

Silvia Frias | 01/05/2020 10:15


O número de focos de calor em Mato Grosso do Sul no mês de abril já chega a 813, superando todos os registrados no mesmo período, desde o início do monitoramento feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 1999.

Atualmente, os incêndios se concentram na região do Pantanal, onde brigadistas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis) e Corpo de Bombeiros de Corumbá estão trabalhando há pelo menos uma semana.

De 1º de janeiro a 30 de abril, o Inpe registrou 1.864 focos de calor no Estado, sendo que 1.815 se concentram no Pantanal.  Em igual período do ano passado, foram 1.061 focos e, somente em abril de 2019, o instituto contabilizou 70 pontos de calor em MS.

De acordo com o tenente-coronel Waldemir Moreira Junior, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros/MS, a situação é considerada crítica. Desde março, as equipes estão combate incêndios em MS, como o ocorrido na APA (Área de Proteção Ambiental) da Baía Negra.

Há pelo menos uma semana, os incêndios começaram no entorno e na Fazenda Santa Tereza e outros focos foram registrados em frente ao município de Corumbá e na Serra do Amolar, já na região do Mato Grosso.

Air Tractor e equipes em terra no combate aos incêndios no Pantanal (Foto/Divulgação: CB)
Air Tractor e equipes em terra no combate aos incêndios no Pantanal (Foto/Divulgação: CB)

As equipes contam com duas aeronaves Air Tractor do Corpo de Bombeiro de Mato Grosso e do Distrito Federal. O helicóptero da PM (Polícia Militar) de MS estava no apoio, mas teve que retornar e, por isso, um do Ibama já chegou a Corumbá para o trabalho de apoio no início da tarde.

Na Fazenda Santa Tereza, onde uma das bases de trabalho dos bombeiros foi montada, seis brigadistas foram contratados e o combate ao incêndio recebeu apoio da Marinha de Ladário, que tinha enviado helicóptero e mais dois bombeiros foram deslocados para a área.

Segundo o tenente-coronel, os focos na fazenda e próximo de Corumbá foram extintos. O trabalho se concentra, agora, na Fazenda Jatobazinho e Porto Laranjeiras, áreas de difícil acesso, sendo necessário apoio aéreo para facilitar a chegada das equipes de combate a incêndio.

No sobrevoo, Corpo de Bombeiros identifica áreas de incêndio no Pantanal (Foto/Divulgação: Corpo de Bombeiros)
No sobrevoo, Corpo de Bombeiros identifica áreas de incêndio no Pantanal (Foto/Divulgação: Corpo de Bombeiros)

Os bombeiros montaram outra base de apoio na escola rural desativada da Fazenda Jatobazinho. Para chegar ao local dos incêndios, é preciso fazer travessia de 95 quilômetros por barco, seguida de caminhada.

Foram deslocados 14 bombeiros para o trabalho de combate na região. O Ibama enviou contingente de 15 brigadistas, distribuído em três esquadrões, sendo que dois ficarão estabelecidos na Jatobazinho e um no Porto Laranjeiras.

O superintendente do Ibama em MS, coronel Luiz Carlos Marchetti, disse que o helicóptero enviado esta manhã para a região da Fazenda Jatobazinho servirá de apoio, enviando suprimentos e parte da equipe, enquanto outro grupo segue por terra.

A maior dificuldade nesse tipo de terreno é a grande quantidade de matéria orgânica no subsolo, além na dificuldade de acessar áreas alagadas e pantanosas

Marchetti alerta a tendência de piora para os próximos meses. O apoio, normalmente dado a partir de julho a dezembro foi novamente antecipado por conta da dimensão e antecipação dos incêndios. O risco, segundo o coronel, é com inverno seco, que pode deixar a vegetação mais propícia aos incêndios no período de estiagem e calor.

Em 2019, fogo consumiu área do Refúgio Ecológico Caiman, atingindo ninho das araras azuis (Foto/Arquivo)
Em 2019, fogo consumiu área do Refúgio Ecológico Caiman, atingindo ninho das araras azuis (Foto/Arquivo)


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