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Prisão de líder na fronteira de MS é considerada golpe na estrutura do PCC

Tuta era um dos principais articuladores internacionais do grupo e estava foragido desde 2020

Por Viviane Oliveira | 19/05/2025 08:59


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A prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como "Tuta", na fronteira entre Bolívia e Mato Grosso do Sul, representa um importante golpe contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Considerado substituto de Marcola na liderança da facção, Tuta estava foragido desde 2020 e atuava como principal articulador internacional do grupo. A captura ocorreu em Santa Cruz de la Sierra, quando o criminoso compareceu a uma unidade policial usando documento falso. Condenado a 12 anos de prisão por organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, Tuta foi transferido para a Penitenciária Federal de Brasília em operação que mobilizou 50 agentes federais.

A prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como “Tuta”, na fronteira entre a Bolívia e o Mato Grosso do Sul, é considerada um golpe importante contra a estrutura do PCC (Primeiro Comando da Capital). Apontado como substituto de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, na liderança da facção, o criminoso era um dos principais articuladores internacionais do grupo e estava foragido desde 2020, quando fugiu para o país vizinho.

Em entrevista à Jovem Pan News, o promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) de São Paulo, afirmou que a prisão de Tuta é muito importante para quem atua na linha de frente contra o crime organizado.

"Ele é um criminoso conhecido da polícia paulista, do Gaeco, participou dos ataques de 2006 em São Paulo como liderança de rua do PCC, cumpriu pena na Penitenciária 2 e saiu em liberdade. Em 2020, nós conseguimos um mandado de prisão, mas, infelizmente, ele fugiu para a Bolívia e acabou sendo condenado a 12 de pena de reclusão”, declarou.

A fuga para a Bolívia evidenciou um desafio antigo enfrentado pelas forças de segurança, a utilização do território boliviano como refúgio de criminosos de alta periculosidade, favorecida pela extensa fronteira com o Mato Grosso do Sul.

“Tuta era um dos líderes mais importantes do PCC ainda em liberdade, com forte atuação internacional, inclusive como principal interlocutor com a máfia italiana”, afirmou Gakiya. Segundo ele, pelo menos três outros chefes da facção seguem foragidos na Bolívia, e a expectativa é que a prisão incentive uma cooperação mais efetiva entre os países.

A captura só foi possível graças a uma ação coordenada entre a Polícia Federal brasileira e a polícia da Bolívia. Gakiya destacou, no entanto, a limitação dessa atuação internacional. “Infelizmente, por questões políticas, a Bolívia, após duas décadas, tem colaborado muito pouco com as autoridades policiais e judiciais, sobretudo com o Brasil. Por isso, há uma dificuldade muito grande em localizar e prender esses criminosos. Alguns deles estão na lista de difusão vermelha da Interpol, portanto, são procurados internacionais, como era o caso do Tuta, mas a gente tem muita dificuldade em agir no território boliviano”, afirmou o promotor.

Prisão de líder na fronteira de MS é considerada golpe na estrutura do PCC
Tuta no momento em que foi preso (Foto enviada ao Diário Corumbaense)

Prisão e entrega na fronteira – Tuta foi preso no fim de semana, em Santa Cruz de la Sierra, após comparecer a uma unidade policial boliviana para tratar de questões migratórias, usando um documento falso em nome de “Maicon da Silva”, identidade que já constava no banco de dados da Interpol.

A suspeita foi levantada por um agente boliviano, que entrou em contato com um oficial da Polícia Federal brasileira. A informação foi enviada à central da Interpol em Brasília e, após o cruzamento de dados biométricos, a verdadeira identidade foi confirmada. Com isso, o criminoso foi detido e, neste domingo (dia 18), expulso da Bolívia e entregue à PF na cidade de Corumbá (MS), a 428 quilômetros de Campo Grande.

A operação de transferência para a Penitenciária Federal de Brasília contou com 50 agentes da Polícia Federal. O deslocamento aéreo foi feito em aeronave da própria PF, com escolta reforçada por 18 policiais penais federais, além de apoio das polícias Militar e Civil do Distrito Federal. Tuta foi condenado a 12 anos de prisão no Brasil por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

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