Produtor musical Ivan Miyazato é investigado em ação nacional contra PCC
Defesa nega envolvimento, mas polícia quer saber se ele ajudou um dos sócios a lavar dinheiro
O produtor musical Ivan Carlos Miyazato, natural de Campo Grande e conhecido no cenário sertanejo por trabalhos com artistas como Luan Santana, é um dos investigados pela Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28) em Goiás e outros nove estados. A ofensiva é considerada a maior já realizada no país contra a estrutura financeira ligada ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
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Produtor musical de MS, Ivan Miyazato, é investigado na Operação Carbono Oculto, que apura esquema bilionário de adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro ligado ao PCC. A operação, considerada a maior do país contra a estrutura financeira da facção, cumpriu mandados em dez estados, incluindo Goiás, onde Miyazato reside. A investigação aponta possível ligação de Miyazato com Jonas Silva Corrêa, condenado por tráfico e associação criminosa. Ambos são sócios em empresas que podem ter sido usadas para lavagem de dinheiro. A defesa de Miyazato nega envolvimento com facções e afirma que suas empresas atuam dentro da legalidade. O produtor, conhecido por trabalhos com artistas sertanejos famosos, coloca-se à disposição das autoridades.
Segundo o portal Mais Goiás e confirmado pelo Campo Grande News, Ivan aparece entre os alvos de busca e apreensão cumpridos em Senador Canedo (GO), onde empresas ligadas ao setor de combustíveis foram investigadas. A apuração envolve crimes como adulteração de combustíveis, fraudes fiscais, lavagem de dinheiro e manipulação de preços. A estimativa é de que o esquema tenha provocado prejuízo de R$ 7,6 bilhões aos cofres públicos.
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As investigações apontam que Ivan teria vínculos com Jonas Silva Corrêa, condenado a 39 anos de prisão por tráfico de drogas e associação criminosa, mas atualmente em liberdade por decisão judicial. Os dois seriam sócios nas empresas Miyazato Music Produções S/A e Hiperhit Produções S/A, que podem ter sido utilizadas em operações financeiras para lavagem de dinheiro. Ou seja, é essa ligação empresarial e possível utilização das empresas no esquema fraudulento da facção que a polícia apura.
Por lá, a megaoperação foi coordenada pelo MPGO (Ministério Público de Goiás), por meio do Gaeco, com apoio do Ministério Público de São Paulo, do Ministério Público Federal, da Receita Federal e da Polícia Militar. Foram expedidos mais de 350 mandados judiciais em todo o país.
Em nota postada nas redes sociais, a defesa de Ivan Miyazato afirmou que já tinha conhecimento da investigação noticiada pela imprensa em 28 de agosto e destacou que não há provas que vinculem o produtor musical a esquemas de facção criminosa. Ressaltou ainda que Miyazato é reconhecido por sua lisura e honestidade no mercado artístico, e que a empresa Miyazato Music é composta por sócios com direitos e deveres legais, cujas receitas têm origem em serviços lícitos. Por fim, a defesa informou que o produtor está à disposição das autoridades para prestar todos os esclarecimentos necessários.
Nascido em Campo Grande, Ivan Miyazato é produtor musical e considerado um dos principais nomes da produção sertaneja no país. Iniciou a carreira em 1994 como baixista da banda Guri, ao lado de Michel Teló e Teófilo Teló, e no fim dos anos 1990 integrou o grupo Santo Chão. Anos depois, aproximou-se do produtor Dudu Borges e trabalhou como engenheiro de som em álbuns.
Seu nome ganhou força a partir da produção do álbum Tô de Cara (2008), de Luan Santana. Desde então, participou de projetos de grande repercussão com Gusttavo Lima, Lauana Prado, Matheus & Kauan, Israel & Rodolffo, Zé Neto & Cristiano, Luiza & Maurílio, entre outros. Em 2020, foi creditado pelo Grammy Latino como produtor do Melhor Álbum de Música Sertaneja.
Nota da defesa na íntegra:
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