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Cidades

Santa Casa anuncia colapso e diz que tem antibiótico suficiente só para 48 horas

No hospital, 140 medicações estão em falta, sedativo rende no máximo, 7 dias, garante a direção

Tainá Jara e Ana Paula Chuva | 16/09/2020 16:04
Heber Xavier, presidente da ABCG, e o superintendente da gestão medico-hospitalar da Santa Casa, Luiz Alberto Nakamuro(Foto: Silas Lima)
Heber Xavier, presidente da ABCG, e o superintendente da gestão medico-hospitalar da Santa Casa, Luiz Alberto Nakamuro(Foto: Silas Lima)


A Santa Casa de Campo Grande a colapsar pela segunda vez em menos de dois meses. Na tarde desta quarta-feira, a administração anunciou dívidas de R$ 70 milhões e superlotação dos leitos públicos. Fluxo comum de pacientes aliado as internações de contaminados com o novo coronavírus é apontado como motivo para a situação caótica.

Conforme o presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), responsável por gerir a unidade, Heber Xavier, são 599 leitos SUS contratualizados. Até o meio-dia de hoje, havia 635 pacientes internados, sendo 613 ocupando leitos públicos.

A prefeitura afirmou que a unidade operava com 89% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas a entidade apresenta situação ainda mais grave com 79 das 80 vagas para pacientes graves ocupadas até a noite de ontem.

No hospital, 140 medicações estão em falta. Sedativo rende no máximo, 7 dias, e antibiótico para apenas 48h.

Área verde do pronto socorro, lotado na manhã desta quarta-feira.  (Foto: Assessoria Santa Casa)
Área verde do pronto socorro, lotado na manhã desta quarta-feira.  (Foto: Assessoria Santa Casa)

As compras acabam esbarrando nas dívidas da instituição. São cerca de R$ 70 milhões que precisam ser repassados para fornecedores, pagamentos de taxas e impostos. O saldo negativo acaba atrapalhando a aprovação de crédito a praça.

O problema também afeta os profissionais. Quase metade dos médicos está com salários atrasados em uma semana.

"Atendemos praticamente todo o estado e todo tipo de acidente. Temos 30 pacientes no pronto socorro aguardando vaga hoje. Precisamos estar atentos de que podemos entrar em colapso", alertou o superintendente da gestão medico-hospitalar da Santa Casa, Luiz Alberto Kanamura.

De novo – No final de julho, o hospital chegou a colapsar após receber 88 vítimas de violência e acidentes na ala de atendimento de alta complexidade. A situação chegou a este ponto, após a flexibilização das medidas de isolamento social pela prefeitura. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é justamente para conter as contaminações e evitar o colapso do sistema de saúde.

Os seis meses de operação em situação de pandemia, o hospital Os pacientes com covid-19 continuam não sendo o principal problema desta vez. Mas a situação gera inevitavelmente maior ocupação de leitos e sobrecarga da equipe.

Leitos de UTI destinados para pacientes de covid-19 estão todos ocupados. Dos 17 clínicos, seis estão com pacientes.

Corredor do Pronto Socorro lotado de macas. (Foto: Assessoria Santa Casa)
Corredor do Pronto Socorro lotado de macas. (Foto: Assessoria Santa Casa)

Prefeitura – Questionada sobre a situação do hospital, a prefeitura de Campo Grande contestou os números da Santa Casa. Garantiu que o levantamento dos dados da manhã desta quarta-feira mostram que a instituição opera com 89% de lotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sem a superlotação citada já que esta é média de ocupação em períodos fora da pandemia.

A prefeitura destacou ainda que conta com 20 leitos de UTI prontos para utilização no hospital do Pênfigo, que serão ativados logo que a ocupação de leitos do município atingir os 90%.

"Caso isso ocorra, portanto as medidas estão sendo tomadas com base em estudos realizados pela prefeitura e na quantidade de leitos de UTI que estão disponíveis para a população", disse em nota.

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