Supernotificação faz casos de Síndrome Respiratória aumentarem 285% no Estado
Notificação de casos de SRAG passou a ser obrigatório com a pandemia do novo coronavírus
De apenas 358 casos de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) registrados em Mato Grosso do Sul até 8 de maio do ano passado, atualmente o Estado tem 1.379 pessoas vítimas da síndrome até a mesma data deste ano. O aumento de 285% é causado pela covid-19, mas a explicação não é tão assustadora.
De todos os casos da síndrome, de acordo com boletim da SES (Secretaria de Estado de Saúde), 59 foram causados pelo vírus da gripe, o Influenza e 34, pelo novo coronavírus. Os demais casos são decorrentes de outras doenças, sejam elas virais ou por bactérias.
Além do Influenza – e seus tipos - e do coronavírus, outros vírus que podem causar SRAG são adenovírus, metapneumovírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza tipos 1, 2 e 3.
A infectologista Mariana Croda, da Faculdade de Medicina da UFMS (Universidade Federal de MS) e do COE (Comitê de Operações de Emergência) da SES, o aumento decorrente uma super notificação de casos da síndrome, o que passou a ser tratado como protocolo de saúde em todo mundo com a pandemia do novo coronavírus.
Ou seja, a partir da presença da covid-19, notificar os casos da síndrome passou a ser obrigatório para haver um monitoramento do alcance real da doença em casos de SRAG.
“Antes não se notificavam todos os casos de SRAG. Agora, as pessoas vão a óbito com a síndrome e é protocolo colher o material (mucosas) e notificar o resultado do teste”, ressaltou.
A especialista diz que antes da covid-19, se as pessoas morriam de SRAG, não se tinha a obrigatoriedade de associar o óbito a algum vírus específico e por isso, não se solicitava o teste nem se notificava o caso à rede de saúde.
Até a semana passada, quando foi publicado o último boletim de Influenza, Mato Grosso do Sul registrava oito mortes por gripe, sendo três delas causadas pela H1N1, uma por gripe B e outras quatro por tipo de gripe não identificado.