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Cidades

Violência doméstica explode no Natal com 25 mulheres agredidas em menos de 48h

Do total, apenas 9 manifestaram interesse em solicitar ou manter medidas protetivas de urgência

Por Bruna Marques | 25/12/2025 16:19
Violência doméstica explode no Natal com 25 mulheres agredidas em menos de 48h
Mulher exibe hematomas e ferimentos (Foto: Campo Grande News/Arquivo)

Ao menos 25 mulheres foram agredidas em Mato Grosso do Sul, entre a véspera e o dia de Natal. Os dados constam em boletins de ocorrência registrados no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional), a partir de atendimentos feitos pela Polícia Militar em 18 municípios do Estado.

RESUMO

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Durante o período natalino, 25 mulheres foram vítimas de violência doméstica em Mato Grosso do Sul. Os casos, registrados em 18 municípios, ocorreram principalmente entre a noite do dia 24 e a madrugada do dia 25, com o álcool como fator agravante na maioria das situações. Das 25 vítimas, apenas nove solicitaram medidas protetivas. Em casos graves, como em Jardim, uma jovem foi esfaqueada na perna, e em Aparecida do Taboado, uma mulher foi enforcada e expulsa de casa. Em várias ocorrências, as vítimas já possuíam histórico de agressões ou medidas protetivas que foram descumpridas.

As ocorrências se concentram entre o dia 24 e a madrugada do dia 25, quase sempre dentro de casa, com o álcool como elemento recorrente. Em diversos casos, há histórico de agressões anteriores, medidas protetivas descumpridas ou, de forma ainda mais preocupante, recusa da própria vítima em manter qualquer proteção judicial.

Em Campo Grande, uma mulher de 42 anos foi agredida com tapas e chutes pelo ex-companheiro, mesmo havendo medida protetiva em vigor. A vítima havia reatado o relacionamento poucos dias antes. Ela apresentava lesões no rosto, braço e tornozelo, mas recusou atendimento médico, não quis a prisão do agressor e abriu mão da própria medida protetiva.

No interior, os registros se multiplicam. Dourados teve três ocorrências distintas em poucas horas, envolvendo mulheres de 21, 26 e 46 anos, todas vítimas de agressões físicas após discussões relacionadas ao consumo de bebida alcoólica. Nenhuma solicitou medida protetiva.

Em Três Lagoas, uma mulher de 29 anos acionou a polícia após o companheiro ameaçar familiares com faca e arrombar portas. O agressor chegou a ser preso, mas, já na delegacia, a vítima desistiu do registro e não quis medidas protetivas.

Casos graves - No meio da sequência de registros, alguns episódios chamam atenção pela gravidade e pelo potencial de desfecho fatal.

Em Paranaíba, uma mulher de 33 anos voltou a acionar a polícia contra o ex-companheiro de 43 anos, um ex-policial penal, já alvo de medida protetiva de urgência. Segundo o boletim, o homem passou a intimidá-la em local público, aproximando-se repetidas vezes. A situação evoluiu para agressões mútuas, inclusive diante da guarnição, e terminou em confusão generalizada na delegacia, com a participação da atual esposa do agressor.

Em Jardim, uma jovem de 21 anos foi atingida por um golpe de faca na perna, desferido pelo companheiro durante uma discussão familiar na madrugada de Natal. Ela precisou de atendimento médico e foi direta ao relatar que quer processá-lo, vê-lo preso e solicitou medidas protetivas. O agressor fugiu do local.

Já em Aparecida do Taboado, uma mulher de 44 anos foi enforcada, jogada ao chão e expulsa de casa pelo companheiro embriagado. O ataque aconteceu em via pública, após perseguição, e deixou escoriações comprovadas por exame de corpo de delito. O agressor foi preso no local, e a vítima requereu medidas protetivas, relatando que nunca havia sido agredida antes.

Medidas protetivas ignoradas ou rejeitadas - Do total de 25 vítimas, apenas 9 manifestaram interesse em solicitar ou manter medidas protetivas de urgência. As outras 16 mulheres não quiseram, desistiram ou abandonaram a proteção judicial, mesmo diante de lesões visíveis, ameaças e uso de armas.

Há ainda casos em que a medida já existia, mas era claramente descumprida, como em Ponta Porã, Aquidauana e Paranaíba, com vítimas e agressores convivendo sob o mesmo teto ou se encontrando livremente.

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