Agepen transfere dois presos acusados de vender droga na Máxima
Dezidério Silva Araújo e Reginaldo Rodrigues Ortega são acusados de fornecer droga a pacientes da ala psiquiátrica e extorquir familiares exigindo até pagamento com sexo
A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) transferiu para outra unidade penal os detentos Dezidério Silva Araújo e Reginaldo Rodrigues Ortega, o "Perriado".
Os dois são acusados de uma série de agressões, uso indiscriminado de drogas e ameaças constantes a familiares dos internos da ala psiquiátrica do Estabelecimento Penal de Segurança Máxima Jair de Carvalho, em Campo Grande, segundo denúncia que chegou à reportagem do Campo Grande News e que já está sendo investigada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).
Através da assessoria de imprensa, a direção informou que imediatamente após a reportagem procurar a Agepen nesta quarta-feira (8), os internos foram retirados do serviço e transferidos até a conclusão da investigação.
Segundo a denúncia, na ala onde presos deveriam receber tratamento psiquiátrico imperam o medo, as agressões, a venda de drogas e até extorsão.
Dezidério e Reginaldo, que deveriam auxiliar nos serviços são apontados como responsáveis pelos abusos. A dupla usa os dias trabalhados para reduzir a pena, mas aproveitava a “posição de poder” para conseguir dinheiro.
Dentro do pavilhão de saúde, os dois manteriam esquema de venda de cocaína e com agressões físicas, forçam os presos psiquiátricos a consumirem entorpecentes.
Depois a dívida é cobrada diretamente dos familiares, que para não verem os parentes espancados, depositam dinheiro em contas bancárias ligadas aos dois. Comprovantes enviados à reportagem mostram depósitos de R$ 100 a R$ 200 feitos por parentes dos presos.
Quem não tem como pagar as dívidas dos filhos, os presos exigem favores sexuais, segundo a denúncia. “Essas mães são ameaçadas e induzidas a fazerem sexo com Dezidério e Reginaldo. Por medo de que algo aconteça com seus filhos, elas aceitam”, descreveu o denunciante.
Dezidério Silva Araújo está condenado por sete roubos e um latrocínio - roubo seguido de morte. A pena soma 76 anos e dois meses de prisão. O histórico de remição de pena, anexado aos processos o suspeito, mostra que o preso já trabalhou em vários setores do presídio, como cozinha, manutenção e a padaria.
Reginaldo Rodrigues é de Aquidauana e responsável por vários crimes naquela cidade. Ele soma 58 anos e cinco meses de prisão e já cumpriu 16 anos e oito meses.