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Cidades

Após manifestações, STF retoma julgamento do habeas corpus de Lula

Anahi Zurutuza | 04/04/2018 07:43
Afonso Pena, em Campo Grande, foi palco ontem de protesto pela prisão de Lula (Foto: Direta das Ruas)
Afonso Pena, em Campo Grande, foi palco ontem de protesto pela prisão de Lula (Foto: Direta das Ruas)

O STF (Supremo Tribunal Federal) retoma hoje (4) o julgamento do habeas corpus no qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta impedir eventual prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal.

Ontem, em todo o Brasil, manifestações pró em contra Lula tomaram às ruas. Em Campo Grande não foi diferente, mas apesar da grande mobilização na internet, os protestos reuniram poucas pessoas.

Em defesa da liderança petista, cerca de 40 pessoas se reuniram no fim da tarde deste quarta-feira (4), na avenida Afonso Pena, com a rua 14 de Julho.

Já os que defendem a prisão do ex-presidente se encontraram em ato que começou às 18h, na Afonso Pena, com a rua Alagoas. A reportagem contabilizou cerca de 100 pessoas, enquanto a Polícia Militar estima 200, bem no início da manifestação. Mais tarde, segundo a organização, o número de manifestantes aumentou.

No centro da cidade, pouca adesão na manifestação a favor de Lula. (Foto: Guilherme Henri)
No centro da cidade, pouca adesão na manifestação a favor de Lula. (Foto: Guilherme Henri)
Bandeira aberta em defesa da prisão do ex-presidente. (Foto: Direto das Ruas)
Bandeira aberta em defesa da prisão do ex-presidente. (Foto: Direto das Ruas)

Julgamento - O caso começou a ser julgado no dia 22 de março, mas a sessão foi interrompida na Corte. Com isso, o ex-presidente ganhou um salvo-conduto para não ser preso até a decisão desta tarde. Lula foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a nove anos e seis meses de prisão e pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 4ª Região, que aumentou a pena para 12 anos e um mês na ação penal do trplex do Guarujá (SP), na Operação Lava Jato.

No julgamento de hoje, os 11 ministros que compõem a Corte devem entrar no mérito do pedido de Lula, o que não foi abordado no dia 22 de março. Ao entrar no mérito, a questão de fundo a ser discutida pelo plenário do Supremo será a possibilidade de execução provisória de pena por condenado em segunda instância, mesmo que ainda existam recursos contra a condenação pendentes de análise em tribunais superiores, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou o próprio STF.

Diante de um impasse sobre o entendimento da Corte que autorizou a execução provisória de condenados em segunda instância, em 2016, o voto decisivo no julgamento desta quarta-feira deve ser proferido pela ministra Rosa Weber.

Há dois anos, quando o Supremo analisou a questão da prisão após segunda instância, a ministra votou contra a execução provisória de condenados. No entanto, até o momento, ela não proferiu decisões individuais evitando a prisão de condenados e vem seguindo a decisão da maioria do plenário.

Com voto da ministra contra o habeas corpus, o placar pode ficar em 6 a 5 a favor da execução provisória da pena de Lula. Se ela votar a favor da concessão do habeas corpus, o placar da votação pode passar para 6 votos a 5 contra a execução provisória da condenação.

Com base em votos proferidos em julgamentos sobre o mesmo tema nas duas turmas da Corte, a expectativa é de que os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello devam votar contra a prisão em segunda instância. Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Alexandre de Moraes a favor.

Após receber o salvo-conduto do STF, Lula teve seu último recurso na segunda instância, um embargo de declaração, negado pelo TRF4. Com isso, o julgamento do habeas corpus no STF tornou-se a última chance para que o ex-presidente consiga garantir o direito de continuar recorrendo em liberdade às instâncias superiores contra sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro.

Na semana passada, a defesa do ex-presidente disse que pretende protocolar mais um embargo de declaração no TRF4, contra a rejeição do primeiro embargo de declaração – tipo de recurso que prevê esclarecimentos de uma decisão, mas não muda a sentença judicial. O TRF4 tem negado rapidamente esse tipo de recurso sucessivo, por considerá-lo protelatório.

A possibilidade de expedição de mandado de prisão por Moro dependeria, então, do encerramento do trâmite do processo no TRF4 e de negativa do STF ao pedido de habeas corpus preventivo no julgamento desta quarta-feira.

(Com André Richter, da Agência Brasil)

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