Asfalto e drenagem mudam a vida de moradores em residencial
Com previsão de entrega em janeiro de 2019, o asfaltamento da Avenida Nossa Senhora das Mercês, pelo Governo do Estado, está mudando o cenário de abandono do Conjunto Residencial Padre Ernesto Sassida, em Corumbá. O núcleo habitacional, com 1.200 casas, foi construído em 2013, sem nenhuma obra de infraestrutura. Os moradores enfrentavam ruas de poeira, lama e buracos.
Edificado na antiga área destinada ao parque industrial da cidade, o residencial tem graves problemas de drenagem, cujo controle consumirá grande parte dos R$ 8,4 milhões que o Estado está investindo na obra, incluindo ainda o alto custo para superar o solo rochoso na implantação da rede de águas pluviais. O sistema de drenagem, distribuído em três troncos primários, beneficiará todo o bairro com rede coletora, eliminando o drama da umidade.
“Aqui tem casa com minadouro na sala, comprometendo toda a estrutura do imóvel”, afirma o presidente da associação dos moradores, Benedito Rojas, 68, aposentado. “Colocaram a gente num lugar sem infraestrutura, é o único conjunto construído e entregue sem nada”, lamenta o líder comunitário. “Mas agora não temos o que reclamar. Estamos sendo prestigiados com essa obra, que vai mudar a vida de todos os 10 mil moradores”, completou.
Solo rochoso, o desafio
O investimento do Governo do Estado no residencial é a contrapartida exigida pelo Fonplata (Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata) para garantir o empréstimo de R$ 240 milhões em obras estruturantes pelo município, contrato este firmado em 2017. Parte desse recurso – R$ 12 milhões – será aplicado pela prefeitura no bairro com pavimentação asfáltica nas demais ruas e construção de unidade de saúde, creche e escola.
Abrir valetas por onde passará a rede de drenagem e implantar a base para a aplicação de CBUQ (concreto betumado) é um desafio diário para os operários da empreiteira Equipe Engenharia, contratada pela Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) para executar a pavimentação da Avenida Nossa Senhora das Mercês e as galerias de águas pluviais em três vias paralelas. Em alguns casos, as pedras são retiradas com detonação de explosivos.
“Essa é a parte pesada da obra”, explica o engenheiro Paulo Costa. “A detonação é pré-dimensionada para não abalar as residências”, observa. Segundo os operários, a floração rochosa surge com meio metro de escavação do solo. Eles apontam ainda outra dificuldade na execução do serviço: a água corrente dos minadouros, que estão por toda parte do bairro. Apesar dos obstáculos, a obra segue 55% concluída em toda a extensão da avenida.
A rua mais bonita do bairro
A movimentação das máquinas e operários no bairro é a certeza dos moradores de que a promessa do Governo do Estado de asfaltar o local não foi em vão. As pessoas saem ao portão para acompanhar os serviços, que avançam a cada quadra. A satisfação da dona de casa Rosemary Pereira, 38, mãe de cinco filhos, é observar a retroescavadeira abrindo caminho para a galeria na rua Bonito. “A gente fica muito feliz, nossa rua vai ficar mais bonita”.
A maioria dos moradores está alojada desde a entrega do residencial, há cinco anos, enfrentando poeira e lama e a ausência de serviços públicos essenciais. Yara Cristina Calças, 22, que trabalha em uma panificadora na Avenida Nossa Senhora das Mercês, fala do abandono do bairro: “hoje não temos nada, escola, asfalto, saúde, área de lazer. Mas os governantes estão agora olhando por nós e tudo vai mudar, vai ficar muito bom aqui”, frisa.