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Cidades

Assaltos ao redor da rodoviária amedrontam comerciantes

Redação | 19/03/2009 07:20

Depois de servir o almoço no restaurante de sua mãe, Marileide Lemos (36) recebeu a visita de dois agentes de empresas de segurança. "Não agüentamos mais sermos roubadas", desabafa. Na noite de terça, elas foram roubadas pela segunda vez em três dias.

A história dela parece inusitada para a maioria das pessoas, mas para quem tem comércio ao redor da rodoviária de Campo Grande este tipo de relato já é bem conhecido. Na noite de domingo para segunda, o restaurante de Constantina Lemos (71) teve a porta de ferro arrombada e a mercadoria roubada.

"A câmara que fica nos Correios, do outro lado da rua, mostrou que os bandidos entraram e saíram daqui na maior tranqüilidade. Ligaram as luzes e circulavam como se o restaurante fosse deles", conta Marileide.

No segundo assalto foi levado o estoque de refrigerante e a televisão que tinha sido comprada recentemente. "Os policias passaram aqui e viram tudo aceso, mas pensaram que éramos nós e não fizeram nada", disse.

O comerciante Marsílio Dias da Silva conta que os assaltos são, em sua maioria, praticados por dependentes de drogas que roubam para sustentar o vício. "Ontem [17/02], minha loja foi roubada duas vezes. Marginais, fingindo-se de clientes, entraram aqui enganaram minha esposa e levaram algumas peças de roupas", relata. "No ano passado, entraram pelo telhado e levaram mais de R$ 3 mil em mercadorias. E o pior de tudo, foi ver as roupas sendo usadas pelos trabalhadores das redondezas. Certamente eles compraram por R$ 10 peças que eu paguei R$ 150", lamenta.

Rose Gonçalves, proprietária de duas lojas na região, é mais uma vítima dos assaltantes. Desde o início do ano, ela foi roubada duas vezes. Na primeira vez, os ladrões entraram pela porta da frente. "Depois disso, instalamos mais uma tranca". O que não adiantou muito. "Na noite seguinte, quebraram as telhas, o forro e levaram muitas mercadorias", disse sem revelar o quanto.

Vendo que a situação só piora, o engenheiro Jamil Anache, que é proprietário de dois imóveis na rua Barão do Rio Branco, decidiu reforçar as portas das lojas. "O vandalismo e roubo da região é conhecido pelas autoridades. Sempre ligo para o disque denúncia da prefeitura e do Ministério Público, pois sei que a maioria é menor de idade, mas, até agora, nada mudou. O que resta para a gente e nos trancarmos em nossas casas", pondera.

Marsílio Dias da Silva alerta que, por conta do alto índice de criminalidade, muitos comerciantes já pensam em abandonar a região. "A malandragem está solta. Temos um posto policial que faz rondas quatro vezes por dia, mas não resolve. Eles [a Polícia Militar] prendem, mas os bandidos são menores e no mesmo dia estão soltos. Se a rodoviária continuar abandonada como está, ela vai acabar, e nenhum projeto de revitalização vai dar certo", prevê.

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