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Cidades

Apesar de paralisação, pacientes conseguem ser atendidos por convênios

Paula Vitorino | 21/09/2011 10:24

Conselho e Sindicato dos Médicos ainda não têm dados sobre adesão à paralisação, mas acreditam que mais de 90% profissionais estejam parados no Estado

Médicos do IMPCG aderiram a paralisação; cartaz na entrada informa atendimento suspenso nesta quarta-feira. (Foto: João Garrigó)
Médicos do IMPCG aderiram a paralisação; cartaz na entrada informa atendimento suspenso nesta quarta-feira. (Foto: João Garrigó)

Apesar do boicote dos médicos aos planos de saúde, alguns pacientes estão conseguindo atendimento em consultas ou outros procedimentos médicos emergenciais nos centros e hospitais da Cassems e no pronto-atendimento do Hospital Unimed.

No entanto, as operadoras não sabem informar sobre os procedimentos nas clínicas particulares, já que a adesão à paralisação depende de cada profissional.

Já no ambulatório do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande) a informação é de que os atendimentos estão suspensos durante toda a quarta-feira. Apenas o setor odontológico está funcionando.

A recomendação dos profissionais era para que as consultas de planos de saúde fossem remarcadas para outro dia, conforme a agenda do médico. Somente os atendimentos emergenciais continuariam, de acordo com o objetivo da paralisação.

Os médicos ainda não têm um balanço sobre a adesão da classe à paralisação, mas acreditam que o percentual seja maior ou igual a manisfetação de abril, com 95% de adesão. Em todo país a estimativa é de que 80% dos médicos tenham parado em 23 estados, mais o Distrito Federal.

Ainda de acordo com a classe, não existe acordo com nenhum dos planos de saúde do Estado, ou seja, a paralisação inclui todos os convênios. Mato Grosso do Sul é um dos 9 estados do país que suspendeu o atendimento a todas as operadoras.

“Algumas operadoras estão pagando o valor da consulta próximo ao piso que queremos – R$ 60 – mas nossa reivindicação não é só pelo valor, mas pelo cumprimento da CBHPM, com piso para todos os procedimentos, não só das consultas e também da não interferência dos planos no atendimento”, ressalta o presidente do Sindicato do Médicos de MS, Marco Antônio Leite.

Mas apesar da negativa de que aja acordo com a classe, a Cassems afirma que o atendimento nos 7 hospitais e 8 centros médicos foi garantido após as negociações no mês de julho e o reajuste fixado desde agosto.

O acordo salarial da Cassems estipula o pagamento atual de R$ 52 por consulta e o aumento gradativo para alcançar o piso de R$ 60 em abril de 2012.

O CRM-MS (Conselho Regional de Medicina) afirmou ontem que o fato de algumas operadoras oferecerem a implantação gradual do piso não resolve o impasse.

“Queremos esse reajuste pra este ano, com a implantação da CBHPM servindo de base para as próximas negociações. O repasse tem que ser anual”, diz o tesoureiro do CRM-MS, Alberto Cubel Junior.

Paralisação - Este é o segundo boicote aos planos de saúde neste ano. A primeira paralisação aconteceu em abril, mas segundo os médicos as negociações não tiveram os resultados esperados e por isso foi necessário novo protesto.

A principal reivindicação dos médicos é pela implantação de um valor mínimo pago pelas empresas de saúde aos procedimentos médicos, a CBHPM (Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos), que deve variar conforme cada procedimento, mas para consultas o piso requerido é de R$ 60.

Os médicos garantem que o reajuste não deve pesar no bolso do paciente, já que as operadoras tiveram aumento de 150% nos planos em dez anos e no mesmo período repassaram menos de 50% para os médicos.

Outro ponto principal é a garantia da autonomia do médico no atendimento, sem que aja interferência das empresas. A medida é reivindicada, segundo o CRM, porque muitos médicos são penalizados pelas empresas por pedirem exames que são considerados pelas operadoras como desnecessários.

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