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Cidades

Campanha contra violência às mulheres vai às aldeias e ao campo

Luciana Brazil e Viviane Oliveira | 18/11/2013 10:24
Campanha começou hoje em Campo Grande e 27 municípios. (Foto: Cleber Gellio)
Campanha começou hoje em Campo Grande e 27 municípios. (Foto: Cleber Gellio)

Para garantir ajuda às mulheres vítimas de violência, a Sub-Secretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania do Governo do Estado, de 27 municípios em Mato Grosso do Sul, iniciou hoje (18) as ações da Campanha “16 Dias Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulher”. O momento será voltado para discussões sobre políticas públicas para as mulheres.

Como parte integrante da campanha, dois ônibus serão destinados ao atendimento de mulheres que vivem em aldeias indígenas, em assentamentos, em comunidades quilombolas e no Pantanal.

Com atendimento programado para iniciar em dezembro, as unidades móveis levarão orientação sobre saúde, além de proporcionar às vítimas de violência o registro do Boletim de Ocorrência.

A iniciativa da Sub-Secretaria faz parte de um esforço internacional que luta pela erradicação da violência contra mulher e pela garantia dos direitos humanos das mulheres.

A sub-secretária Tai Loschi afirmou que o momento será voltado para discussões sobre políticas públicas. Segundo ela, os ônibus serão equipados com salas, computadores e impressoras onde a vítima poderá fazer o Boletim de Ocorrência e receber orientação sobre saúde. Também serão realizadas palestras e teatros infantis.

Em Mato Grosso do Sul, existem 203 acampamentos, 22 comunidades quilombolas e 75 aldeias indígenas. Para Tai, a violência não tem aumentado, ela sempre existiu. “Hoje, as mulheres estão mais encorajadas a denunciar e querem ajuda. E quando elas denunciam, encorajam outras pessoas a fazer isso”, alertou Tai.

As denúncias, segundo a sub-secretaria, só reforçam a credibilidade da rede de enfrentamento contra violência. “Já ouvi muitas mulheres dizerem que ‘eu devia ter feito isso antes’”.

A primeira mulher eleita cacique em Mato Grosso do Sul, Enir da Silva Bezerra da aldeia urbana Marçal da Souza, lembra que as mulheres indígenas passaram a procurar ainda mais ajuda na comunidade.

“O papel do cacique é ser juiz da comunidade e ajudar a resolver vários problemas. Tenho sido procurada para resolver vários problemas e um deles é a violência contra mulher”, ressaltou.

Para Enir, o ônibus vai fortalecer ainda mais o combate contra a violência e ressaltar os cuidados com a saúde. “As mulheres indígenas não tem essa cultura de procurar médicos e isso vai estimular a procurar um médico e se informar sobre a saúde”.

A coordenadora Especial de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, Raimunda Luzia de Brito, lembra que a maioria das pessoas diz que não existe violência contra mulher e contra o negro.

“As pessoas só enxergam quando acontece com elas ou com alguém ligada a ela. E por isso a importância dessas campanhas, sempre orientando e dizendo que existe sim violência contra mulher”.

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