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Cidades

Campo Grande é péssima aluna em gasto do dinheiro público, diz estudo

Em 2016, município ficou em último lugar entre as capitais brasileiras

Osvaldo Júnior | 10/08/2017 18:50
Buraco na avenida Bandeirantes; imagem de dezembro de 2016; situação retrata a má gestão do dinheiro público (Foto: Arquivo)
Buraco na avenida Bandeirantes; imagem de dezembro de 2016; situação retrata a má gestão do dinheiro público (Foto: Arquivo)

Se a prova fosse sobre administração do dinheiro público, Campo Grande não só estaria reprovada, como apareceria no pé da lista dos piores alunos. Conforme estudo da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), divulgado nesta quinta-feira (dia 10), o município terminou 2016, último ano da era Alcides Bernal (PP) e Gilmar Olarte, com o pior desempenho em gestão fiscal entre todas as capitais brasileiras.

O IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal), criado em 2006, faz um diagnóstico de como os municípios administram os recursos públicos. São analisadas cinco variáveis: receita própria, gastos com pessoal, investimentos, liquidez (dinheiro em caixa) e custo da dívida. O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, melhor é a administração do dinheiro público.

De ótima a péssima – Bernal assumiu a Prefeitura de Campo Grande em uma situação confortável no ranking nacional. O município tinha índice de 0,8277. Era o melhor resultado de Mato Grosso do Sul e o 41º do País. Entre as capitais, ficava atrás apenas do Rio de Janeiro e de Vitória, respectivamente em segunda e primeira colocações.

Nos anos seguintes, Campo Grande foi caindo gradativamente. Terminou 2013 em 121º lugar no ranking do País. Em 2014, aparecia em 270º e, em 2015, despencou para a 1.886º posição entre todos os municípios brasileiros.

A situação ficou ainda mais crítica em 2016. A capital sul-mato-grossense apareceu com índice de 0,3985. Ou seja, se fosse uma prova de zero a dez, a nota seria 3,98. Portanto, muito abaixo da média 6,0.

Com esse índice, Campo Grande ficou em 3.276º lugar entre os 5.570 municípios do Brasil. Entre as 79 prefeituras de Mato Grosso do Sul, a Capital está na 63ª colocação.

Abaixo da média – Das notas das cinco variáveis consideradas na pesquisa da Firjan, três foram vermelhas em 2016. Uma delas, inclusive, foi zero.

Tirando receita própria (o que significa que o problema não estava na entrada de dinheiro no caixa da prefeitura), com nota de 8,306, e custo da dívida (8,284), os demais índices ficaram abaixo da média. A Capital tirou 4,453 em gasto com pessoal, 1,268 em investimento e zero em liquidez.

 O cruzamento desses dados significa, por exemplo, que, em 2016, Campo Grande arrecadou muito, investiu pouco e deixou quase nada em caixa.

Na comparação com as demais capitais, o índice do gasto com pessoal foi o segundo pior (à frente apenas de Macapá), o de investimento foi o terceiro menor (superando Maceió e Curitiba). Em se tratando de liquidez, Campo Grande aparece em último lugar entre as capitais. 

Campo Grande; cidade já esteve entre as melhores do Brasil (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)
Campo Grande; cidade já esteve entre as melhores do Brasil (Foto: Arquivo/Marcos Ermínio)

Ex-boa aluna – Antes de Bernal e Olarte assumirem a prefeitura, Campo Grande era outra aluna, muito mais aplicada, com todas as notas acima da média.

No boletim da gestão fiscal de 2012, a menor nota foi para liquidez, com 6,816. As demais foram: 7,79 para gasto com pessoal; 8,25 para custo da dívida; e 8,516 para receita própria. Quanto ao investimento, a nota foi dez.

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