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Capital

"Busão sem Abuso" quer incentivar mulheres a denunciar assédio

Flávia Lima e Kleber Clajus | 24/02/2015 10:38
Segunda  reunião para discutir detalhes da campanha aconteceu na manhã de hoje. (Foto:Kleber Clajus)
Segunda reunião para discutir detalhes da campanha aconteceu na manhã de hoje. (Foto:Kleber Clajus)

De setembro de 2014 até o início deste ano, pelo menos 70 mulheres procuraram a Semmu (Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres) para denunciar situações de abuso e assédio sexual dentro dos ônibus do transporte coletivo de Campo Grande.

A informação é da secretária Liz Derzi de Matos, que participou na manhã desta terça-feira (24) da segunda reunião técnica que visa a implantação do programa "Busão sem Abuso", que tem como objetivo, coibir esse tipo de crime dentro dos veículos. O projeto, importado de Curitiba, busca incentivar as mulheres e passageiros a denunciar situações de assédio.

De acordo com a secretária, a ideia de implantar o programa na Capital surgiu com o propósito de reverter o número de denúncias. “Nosso objetivo é inibir a violência contra a mulher e garantir sua integridade”, ressalta Liz Derzi. Ele explica que os motoristas e funcionários do transporte coletivo, além da Guarda Municipal receberão treinamento para atuar conforme as diretrizes do projeto. A capacitação começa já na próxima semana.

A secretária explica que a mulher que sofrer o abuso poderá comunicar o fato ao motorista do ônibus, que irá acionar a Guarda Municipal para que o veículo seja interceptado. Após a ação, a vítima e o acusado da agressão serão encaminhados para a DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

As denúncias já podem ser feitas através do número 153, da Guarda Municipal, porém, segundo a secretária, o projeto só entrará em vigor a partir do dia 6 do próximo mês, quando será lançado oficialmente como alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março.

Segundo a secretária, enquetes sobre a implantação da campanha já foram feitas em bairros de Campo Grande e a população sinalizou de forma positiva. Agora as pesquisas serão feitas nos terminais de ônibus.

O presidente do consórcio Guaicurus, João Rezende diz que até o momento os fiscais do transporte coletivo tem conhecimento apenas de casos isolados de abusos e que a intenção do projeto é mobilizar a sociedade para garantir segurança às mulheres que utilizam os 593 ônibus em operação na Capital. Ele também acredita que esse através deste mecanismo as mulheres terão mais segurança para efetuar as denúncias, já que terão a garantia de que elas serão apuradas.

Cidades como São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Joinvile já vêm desenvolvendo campanhas desse tipo no transporte coletivo. Em Joinville, a campanha foi feita pelo Movimento Mulheres em Luta. O Rio de Janeiro adotou o “vagão rosa” e em São Paulo e Brasília, foram feitas campanhas em parceria entre as prefeituras e as empresas de transporte.

A reunião de hoje contou com a presença do prefeito Gilmar Olarte (PP), do secretário de Segurança Pública, Valério Azambuja, representantes da prefeitura, Sest/Senat, DEAM e do desembargador do Tribunal de Justiça, Ruy Celso Florence.

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