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Capital

"Era melhor ter feito justiça com as próprias mãos", diz irmã de torturada

Três meses após denúncia de tortura contra adolescente de 16 anos, as duas suspeitas, de 17 anos, continuam foragidas; vítima mudou de casa e não sai sozinha

Geisy Garnes | 23/04/2019 16:28
Autora exibindo vítima ferida em grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução)
Autora exibindo vítima ferida em grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução)

Mais de três meses se passaram desde que uma adolescente de 16 anos foi agredida e torturada em uma casa do Bairro Guanandi – região sul de Campo Grande– e até agora as duas suspeitas do crime continuam foragidas. As jovens de 17 anos são procuradas pela Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) desde janeiro.

Para a família, fica a frustração pela impunidade. “A sensação é de que a justiça não presta para nada, que era melhor a gente ter feito justiça com as nossas próprias mãos”, lamentou a irmã da adolescente, de 24 anos.

Depois das agressões, a vida da jovem mudou completamente, consequência do medo constante de represália, mesmo após meses sem notícias das suspeitas. “A gente não confia em deixar minha irmã sair sozinha para festas, pros lugares. Ela não mora mais aqui no bairro. Está com meu irmão e minha cunhada”, contou.

Durante as investigações, uma das envolvidas na sessão de tortura, de 17 anos, confessou o crime e ainda afirmou em mensagens de WhatsApp que só não matou a jovem porque as duas comparsa a impediram. A suspeita tem mandado de busca e apreensão em seu nome desde janeiro, mas não foi encontrada pela polícia.

Além dela, outra jovem de 17 anos também está foragida e uma terceira, de 18 anos, é investigada por participar do caso.

O caso se tornou público em 8 de janeiro, um dia depois de as agressões ocorrerem. Toda a sessão de tortura, que durou cerca de duas horas, foi transmitida em um grupo de WhatsApp batizado de “As Bandidas”, que à época tinha 54 participantes.

Para a polícia, as suspeita afirmaram que a motivação do crime foi o relacionamento da mais velha do trio com um rapaz que, antes, teria se envolvido com a vítima. O caso está sob responsabilidade do delegado Fábio Sampaio, que confirmo que as jovens ainda são consideradas foragidas.

O caso – Conforme seu relato ao Campo Grande News, por volta das 18h de 7 de janeiro, a adolescente recebeu mensagem de uma amiga para tomar tereré. A colega, de 17 anos, chamou um motorista de aplicativo, tendo como destino a casa onde ocorreram o ataque. Ao chegar no local, ela afirma que foi agarrada por duas meninas.

A garota disse que o portão foi trancado e, então, ela foi arrastada para dentro do imóvel, onde foi agredida a socos, chutes e com uma faca, tendo as costas riscadas. A “amiga” fez uma transmissão ao vivo do ataque no grupo de WhatsApp e, de acordo com a vítima, afirmaram ainda que só esperavam uma arma para a matar.

A tortura durou cerca de duas horas e só acabou depois que a irmã da vítima recebeu imagens das agressões. Ela procurou a polícia e deu início a uma busca sobre o paradeiro da vítima, ou que fez as autoras liberarem a garota.

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