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Capital

“Fui tomado por sentimento de revolta e ódio”, diz neto que matou avó

O crime aconteceu no dia 13 de maio de 2016 na casa onde o neto vivia com a avó, no Bairro Itamaracá

Viviane Oliveira e Mirian Machado | 19/02/2019 11:09
Weikmam durante julgamento na manhã desta terça-feira (Foto: Miriam Machado)
Weikmam durante julgamento na manhã desta terça-feira (Foto: Miriam Machado)

Durante julgamento nesta manhã (19), na 1ª Vara do Tribunal do Júri, o promotor de evento Weikmam Agnaldo de Mattos, 23 anos, acusado de matar a avó, Madalena Mariano de Mattos Silva, 59 anos, com golpe conhecido como mata-leão, pediu perdão à família e disse que está pagando pelo crime.

Ele confessou ainda que agrediu a avó durante sentimento de revolta e ódio. O crime aconteceu no dia 13 de maio de 2016 na casa onde os dois viviam, no Bairro Itamaracá, em Campo Grande. Desde o assassinato, o réu está preso no Instituto Penal. “Eu peço perdão para a minha família que está aqui. Quero de coração que me perdoem, porque já estou pagando por isso”, disse de costas para os familiares que acompanham o júri. O resultado do julgamento deve sair no período da tarde. 

Weikmam contou que no dia do crime, a avó foi dormir e ele ficou mexendo no celular. Como o crédito do aparelho dele havia acabado, resolveu pegar o celular da avó para usar o roteador. Depois de um tempo, o rapaz foi para o quarto dormir. Quando foi de madrugada, segundo o acusado, acordou com a avó gritando e questionado se ele havia usado o celular dela. Ele disse que sim. A vítima, então, passou a xingá-lo.

“Ela chamou a minha mãe de prostituta. Nesse momento, tive um sentimento de revolta e ódio. Na hora levantei da cama e a segurei com um golpe mata-leão. Só soltei quando vi que estava a enforcando. Ela caiu e bateu a cabeça no chão. Vi o sangue e me desesperei. Ainda tentei acordá-la, mas percebi que havia morrido. Sentei no sofá, chorei e percebi que havia acabado com a minha vida. Eu amava a minha avó. Não queria matá-la. Também tive medo de perder o amor da minha mãe”.

Foi aí, conforme depoimento do réu, que teve a ideia de simular um assalto. “Tirei a roupa dela e a levei para o banheiro. Lavei o corpo, na sequência o enrolei numa capa de sofá e edredom. Coloquei no carro e larguei a cinco quadras de casa”, contou. Para reforçar a hipótese de que a avó havia sido vítima de roubo, o neto ainda a esfaqueou e levou o celular e o cartão bancário dela. As coisas ensanguentadas da vítima foram jogadas fora.

De lá, Weikmam foi para a casa de um amigo e não contou nada para ninguém. Para não levantar suspeita, o rapaz ainda foi comer sushi e depois seguiu para uma festa de aniversário. "Fiquei com muito medo. Minha família não ia me perdoar". Estranhando o sumiço de Madalena, uma sobrinha foi até a delegacia para registrar boletim de ocorrência por desaparecimento.

Os investigadores, então, foram até a casa e encontraram vestígios de sangue e outros sinais do crime. Ao fim dos trabalhos, Weikmam chegou na casa. No começo ele negou, mas depois confessou o crime. A versão inicial era de que o rapaz havia matado a avó para roubar e quintar uma dívida de R$ 3,7 mil.

Protesto - Antes do julgamento, os familiares de Madalena fizeram manifestação em frente ao Fórum. Vestidos com camiseta branca com a foto da vítima estampada e a frase: "Queremos Justiça", o grupo pediu pena máxima para o acusado. “Ele foi criado pela avó desde os 9 anos. Era um menino normal. Nunca teve algo entre os dois que levantasse suspeita ou justificasse tamanha crueldade”, diz uma das sobrinhas da vítima, Débora de Matos, 35 anos. A mãe de Weikmam mora em Cuiabá e era esperada para acompanhar o júri.

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