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Capital

“Não queremos isso para outros”, diz família de paciente morta após cirurgia

Maria Conceição Feitosa, 56 anos, morreu ontem e família acusa erro médico

Guilherme Henri | 20/09/2017 17:07
Maria Conceição Feitosa dos Santos, 56 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Maria Conceição Feitosa dos Santos, 56 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

“Queremos que ninguém mais passe por isso”, disse a sobrinha de Maria Conceição Feitosa dos Santos, 56 anos, que morreu na tarde de ontem (19), por complicações depois de passar por cirurgia de retirada de útero.

A família dela acusa o médico e vereador do PMDB, Loester Nunes de Oliveira, que fez o procedimento de ter perfurado o intestino da dona de casa.

Abalada, a sobrinha, que se identificou apenas como Adriana, disse que a família primeiramente irá passar pelo luto, para então pensar melhor no que pode ser feito. “Não queremos dinheiro algum. O que queremos é que ninguém mais passe por uma situação dessa. Ele tem que pagar pelo erro dele”, acredita.

Ainda segundo a parente, mesmo depois da morte, o médico não entrou em contato com os familiares.

O velório foi realizado na tarde de hoje (20), na Pax em frente ao Horto e será sepultada no cemitérios Jardim das Oliveiras.

Familiares protestaram ontem (19) no estacionamento da Santa Casa (Foto: Guilherme Henri)
Familiares protestaram ontem (19) no estacionamento da Santa Casa (Foto: Guilherme Henri)

Bobó – Sem poupar lágrimas, Adriana contou que a tia era como uma mãe e que planejava um bobó em agradecimento à família e amigos, que se empenharam em ajudá-la a fazer a cirurgia.

“Ela estava muito feliz. No domingo (10) fomos em um churrasco onde ela não parava de dizer que iria fazer essa cirurgia e finalmente ficaria bem”, desabafa.

O marido de Maria não estava em condições de falar com a reportagem. Conforme a sobrinha, hoje, dia em que a mulher será enterrada, também é aniversário dele.

Médico – Por meio de sua assessoria, o médico e vereador Loester disse que irá respeitar a tristeza e o luto da família, para então se manifestar.

Cirurgia - Maria precisou fazer uma correção de uma cessaria feita há cerca de 20 anos. O procedimento foi realizado há dois anos, mas não pôs fim ao problema.

Foi então que ela pediu ajuda da família para poder custear a cirurgia que devolveria sua saúde. “Fizemos feijoada e rifas para ajudar”, relata a cunhada.

De acordo com familiares, as quantias necessárias para a cirurgia eram: R$ 1.100 no atendimento, R$ 700 para o anestesista e por fim R$ 1.600 ao médico.

Procedimento da paciente foi feita na Santa Casa de Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)
Procedimento da paciente foi feita na Santa Casa de Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio)

Com dinheiro em mãos, a dona de casa procurou o médico Loester e, após realizar exames de praxe, a cirurgia para retirada do útero foi marcada para a quarta-feira. Sem que o problema fosse detectado, Maria Conceição recebeu alta na sexta-feira, porém sentia dores e estava com a barriga inchada. “O médico disse que era gases, fez uma lavagem nela e passou remédio. Nós a levamos pra casa, mas ela começou a passar muito mal e reclamava até de falta de ar”, detalha.

Apreensivos, os familiares buscaram novamente atendimento na Santa Casa no sábado (16), onde ao dar entrada foi atendida por um médico plantonista, que a internou com urgência. “Ela passou por uma cirurgia de emergência e de lá não saiu mais. O médico Loester chegou a comentar para nós que o intestino dela pode ter sido perfurado”, acusa.

Ontem, a reportagem conseguiu contato contato com o médico e vereador Loester e por telefone ele foi sucinto. “Toda complicação pós-cirúrgica é considerada um erro médico, só não tem quem não faz”.

Outro caso - Em menos de um mês, este é o segundo caso registrado na Capital. No dia 1º deste mês, Julia dos Santos Rodrigues, de 47 anos, morreu no Hospital Regional, por infecção generalizada. Ela teve o intestino perfurado, complicação rara que a família atribui a um erro médico.

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