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Capital

“Não rezem só pelo auxílio-moradia”, diz futuro presidente do STF na Capital

Ministro Luiz Fux discursou para plateia de membros do Ministério Público durante congresso

Anahi Zurutuza e Izabela Sanchez | 06/12/2019 11:12
Ministro Luiz Fux, futuro presidente do STF, discursou durante Congresso no MPMS (Foto: Henrique Kawaminami)
Ministro Luiz Fux, futuro presidente do STF, discursou durante Congresso no MPMS (Foto: Henrique Kawaminami)

“Eu apanhei conscientemente por 5 anos por causa do auxílio-moradia. Mas eu concedi o auxílio com responsabilidade e ética. Eu fiz aquilo com a convicção que eu estava correto”. As frases foram ditas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, no fim do discurso durante o 9º Congresso Estadual, promovido pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande.

O magistrado defendeu o benefício, mas lembrou que tem a missão de comandar o Supremo a partir de setembro do próximo ano. “Não rezem só pelo auxílio-moradia, eu vou assumir aí a presidência do Supremo, então vão rezando desde agora”, disse em tom jocoso, arrancando risadas da plateia, quando contava história sobre pessoa que “rezou por ele” no tempo que era criticado por causa da concessão do bônus salarial.

Em 2014, Fux concedeu a gratificação de R$ 4.377,73 para magistrados de todo o País que moram em cidade onde não há residências oficiais disponíveis. O benefício foi estendido para outros membros do Judiciário, como promotores, procuradores, defensores e conselheiros de contas. “Todo mundo no Legislativo recebia, no Executivo recebia”, justificou.

O auxílio-moradia foi revogado em novembro do ano passado depois que o presidente Michel Temer sancionou o reajuste de 16,3% dos salários do STF — que fez com que o vencimento de magistrados passasse de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. À época ele disse o estado brasileiro estava passando por uma “crise profunda” e havia “impossibilidade prática do pagamento do auxílio-moradia nos moldes em que inicialmente fora deferido aos magistrados e às carreiras jurídicas”.

Para a plateia, o magistrado carioca contou histórias da infância, do início da sua carreira no Direito, quando trabalhou no Ministério Público antes de partir para a magistratura, e embora defenda o polêmico benefício pago à “elite” do serviço público, concluiu dizendo que “o Judiciário não pode dar as costas ao povo”.

No fim do discurso, Fux falava sobre suas pretensões na futura gestão e disse que quer ouvir a sociedade sobre assuntos não objetivos, como a descriminalização das drogas por exemplo.

Matéria alterada para correção de informação às 12h50.

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