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Capital

"Não tinha como ser legítima defesa", diz outra vítima baleada por PM

A confusão que terminou com quatro homens feridos ocorreu na madrugada de segunda-feira na Avenida Manoel da Costa Lima

Maressa Mendonça | 18/12/2019 17:12
"Não tinha como ser legítima defesa", diz outra vítima baleada por PM
Marca de tiro em motocicleta da vítima (Foto: Paulo Francis)

Um dos quatro homens feridos a tiros por policial militar na madrugada desta segunda-feira (16) em conveniência da Avenida Manoel da Costa Lima negou a ocorrência de briga envolvendo integrantes de torcida organizada e disse ainda que o cabo da PM não pode ter agido em legítima defesa porque não foi agredido por ninguém.

Na manhã desta quarta-feira, o Campo Grande News conversou com outra vítima que também negou briga envolvendo torcidas.

Com o pé enfaixado e andando com auxílio de muletas Wallace Arce, de 24 anos, conversou com a reportagem do Campo Grande News. Ele disse ter sido baleado quando estava de costas para o estabelecimento. “ Eu faço entregas. Tinha acabado de sair do serviço, passei na conveniência e já estava indo embora quando senti o tiro no pé”.

Wallace conseguiu se esconder, foi socorrido por casal e levado até a UPA do bairro Leblon. Além dos prejuízos na saúde ele lamenta os transtornos profissionais já que está impossibilitado de trabalhar.

O jovem afirma que não teve nenhuma confusão envolvendo torcidas. “Eu estava com camiseta do Brasil”, enfatiza o jovem, completando não ter tido contato com o cabo da PM.

Ele também nega as acusações de ter se alterado com o policial ou ter se identificado como filho de coronel da PM. “Não cheguei a falar com ele. Estava de costas quando fui baleado”. Nas mãos do jovem não há nenhuma marca ou lesão visível indicando que possa ter brigado com alguém.

A assessoria de imprensa da PM enviou nota de esclarecimento sobre o caso. Conforme a publicação, a instituição “não coaduna com nenhum tipo de desvios por parte dos seus policiais militares, procedendo à apuração de todas as possíveis irregularidades de que tem conhecimento, preservando o direito ao contraditório e a ampla defesa, busca promover o respeito às leis e regulamentos e trabalha incansavelmente pela preservação da ordem pública, para o bem da sociedade sul-mato-grossense”.

A reportagem também pediu mais detalhes sobre os procedimentos adotados na ocorrência e a situação do militar. Dentre os questionamentos, se o policial já respondeu algum procedimento administrativo, se pediu reforço durante a ocorrência ou se deu voz de prisão a alguém e aguarda nova resposta.

A PM respondeu ainda que vem adotando medidas internas ao seu alcance com objetivo de reforçar os valores institucionais que convergem diretamente à observância das leis e consequente melhoria da prestação de seu serviço à sociedade sul-mato-grossense.

O caso - A briga aconteceu por volta de 0h30, na conveniência localizada na Avenida Manoel da Costa Lima. Consta no boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Piratininga que a PM (Polícia Militar) foi acionada para averiguar o caso. No local, foram encontradas quatro pessoas feridas.

Na confusão, um homem não identificado, que estava acompanhado de duas mulheres, atirou na direção dos vítimas. Todos foram feridos nas pernas ou pés e levados à Santa Casa.

Informação inicial era a de briga por torcida, mas as vítimas negam.

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