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Capital

"Prefeito provisório" e três crises ampliam caos e instabilidade na Capital

Leonardo Rocha | 19/09/2015 09:30
Prefeitura de Campo Grande terá que resolver vários problemas, no campo político e econômico (Foto: Arquivo)
Prefeitura de Campo Grande terá que resolver vários problemas, no campo político e econômico (Foto: Arquivo)
Advogado André Borges diz que cidade vive instabilidade jurídica, pois tudo é provisório (Foto: Marcos Ermínio - Arquivo)
Advogado André Borges diz que cidade vive instabilidade jurídica, pois tudo é provisório (Foto: Marcos Ermínio - Arquivo)

Analistas indicam que Campo Grande convive com uma crise financeira, política e ética, que vem acompanhada de uma instabilidade jurídica no poder público, já que o prefeito Alcides Bernal (PP) retornou ao cargo por meio de liminar. Junto deste cenário, existe a previsão de déficit de R$ 158 milhões em setembro e o impasse em contratos, como na coleta de lixo, que ficou parada por 11 dias e pode ser suspensa novamente.

Para o professor universitário e cientista político, Eronildo Barbosa, Campo Grande nunca tinha se deparado em sua história com um período de tanta instabilidade. “Trata-se de algo atípico, uma crise econômica, política e ética, que é três em uma só, o que torna toda esta conjuntura em uma situação miserável”, disse ele.

Eronildo ponderou que muitos atores políticos estão sendo investigados, o que demonstra que não existe o comprometimento com a ética e sobretudo com os interesses da população. “Estamos em uma situação desnivelada, onde a cidade que deveria gastar com suas principais demandas, não foi feito, agora precisamos arcar com todos estes problemas e chegar ao caos”.

Ele acredita que mudanças na próxima eleição podem ocorrer em função desta situação. “Pode ter renovação e a escolha por quadro técnicos, pessoas preparadas, estamos hoje vivendo com lixo de ponta a ponta, filas quilométricas nas unidades de saúde, situação complicada tanto na política, como administrativa”.

Instabilidade – O advogado constitucionalista, André Borges Netto, disse que a cidade hoje vive uma “instabilidade jurídica , porque tudo é provisório”, e pode mudar a qualquer momento. Além disto, ele acredita que o prefeito Alcides Bernal (PP) teria que tomar providências rápidas sobre problemas que estão afetando o dia a dia da população, entre elas a falta de coleta de lixo.

“Como cidadão e advogado existe uma certa omissão do poder executivo, pois poderia entrar na Justiça para obrigar o retorno do serviço (coleta de lixo) total, não apenas nos hospitais e escolas, já que se trata de algo essencial, acredito que o Judiciário seria sensível nesta decisão”.

Ele ainda aponta uma segunda alternativa, do ponto de vista administrativo. “Poderia fazer um contrato emergencial para escolha de uma nova empresa, enquanto não se resolve a questão, pois uma licitação tem um tempo mais demorado, assim tomaria uma decisão imediata, o prefeito já teve tempo para tomar estas atitudes”.

Finanças – O economista Eugênio Pavão ressaltou que esta crise financeira do poder executivo, com previsão de déficit de R$ 158 milhões em setembro, afeta e influencia a economia local do município, porque interfere nos negócios com fornecedores e no comércio.

“Quando falta dinheiro na cidade, sobra para todo mundo, os fornecedores estão sem receber, funcionários não gastam e o comércio é o setor que sofre mais, pois perde vendas diárias, existe uma perda de confiança, em uma crise nacional e agora também com problemas locais”, disse ele. Só na construção civil, o setor estima 10 mil demissões com a moratória do prefeito Alcides Bernal, que suspendeu os pagamentos e contratos por 90 dias.

Eugênio ponderou que a instabilidade política, com a troca de prefeitos, também gera problemas econômicos, pois se troca de fornecedor, negociações mudam de caminho e o mercado fica instável. “Os pagamentos são feitos diferentes e tudo vira uma novela,

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