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Capital

Acusação diz que pistoleiro criou álibi ao falar de humilhação

Fabiano Arruda e Nadyenka Castro | 24/02/2012 17:58
Promotor Douglas dos Santos diz que caso se compara a um castelo formado por cartas de baralho. (Foto: João Garrigó)
Promotor Douglas dos Santos diz que caso se compara a um castelo formado por cartas de baralho. (Foto: João Garrigó)

Em réplica na 2ª Vara do Tribunal do Júri em Campo Grande na tarde desta sexta-feira, o promotor Douglas dos Santos afirmou que Irineu Maciel, autor da execução do então presidente da Câmara Municipal de Alcinópolis, Carlos Antônio da Costa Carneiro, morto em 26 de outubro de 2010, em Campo Grande, criou um álibi no caso.

Ele se referiu ao depoimento de Irineu nesta manhã em que o pistoleiro afirma que agiu por vingança após discutir com Carlos Antônio dias antes do crime e que se sentiu humilhado.

Outro ponto destacado pela acusação é que a defesa de Valdemir Vansan, acusado de ser contratante do assassinato, tenta inocentá-lo para retirar o mando do crime.

O julgamento dos réus do crime já dura mais de oito horas nesta sexta-feira. Após a réplica da acusação está prevista a tréplica da defesa e, em seguida, os juízes se reúnem para anunciar a sentença.

O promotor ainda explicou em sua explanação que o caso do álibi criado por Irineu é motivacional em que ele usa a discussão para justificar o crime de mando.

Para Douglas dos Santos, o caso se compara a um castelo de cartas de baralho em que é preciso inserir mais cartas na base do castelo para ele não desmoronar e, com isto, a estrutura vai ficando feia e torta. “E mais fácil de cair”, completou.

Ele justificou a ilustração ao mencionar depoimento da irmã de Irineu, esposa de Valdemir, nesta manhã, em que ela dava explicações sobre o diálogo “você não vai sair dessa” entre o pistoleiro e o acusado de ser contratante.

Segundo Douglas do Santos, no início, ela afirmava que se tratava de um assalto e depois afirmou que a conversa dizia respeito ao envolvimento de Irineu com uma mulher.

O promotor, então, perguntou a irmã de Irineu em qual hipótese realmente acreditava. Ela explicou que ao ouvir a conversa, inicialmente, pensou que se tratava de um assalto, no entanto, após ouvir tiros, reafirmou que acreditava se tratar do envolvimento de Irineu com uma mulher.

Já o advogado Ricardo Trad, que também compõe a acusação, questionou a indagação da defesa dos réus, feita pelo advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, sobre o acidente com uma viatura da Polícia Civil, em Campo Grande, um dia após o crime, que transportava os réus e os deixou feridos.

Trad afirmou que Rosa assumiu a defesa 14 dias após a prisão e que, caso houvesse suspeita sobre o acidente, poderia ter requerido exame no corpo de delito e acionado a OAB/MS e Ministério Público.

A acusação também rebateu o questionamento da defesa sobre o fato do processo ter apenas dois volumes, já que o caso caminha com três processos distintos. Agora se transformou em um com 20 volumes, sendo que 18 deles têm seis mil páginas.

"É para provar o elo da sociedade dos criminosos que são os três vereadores, um prefeito e estes dois aqui (aponta para os réus", afirmou Trad, referindo-se ao caso como “história imunda, suja, que a sociedade por certo dará a resposta".

Ricardo ainda questionou quais motivos levam Irineu a não apontar o mandante do crime. Segundo ele, o pistoleiro está protegido pelo poder econômico do prefeito e dos vereadores. “A família dele está protegida e se falar morre”, pontuou.

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