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Capital

Acusado de matar ex-mulher a facadas, diz não se lembrar de nada

Maria Suely da Silva foi assassinada com mais de 10 facadas em 2001

Bruna Pasche | 30/10/2018 11:48
O acusado chorou em vários momentos e se disse arrependido ao júri. (Foto: Henrique Kawaminami)
O acusado chorou em vários momentos e se disse arrependido ao júri. (Foto: Henrique Kawaminami)

Adailton de Souza Lopes, de 48 anos, acusado de ter matado a ex-mulher, Maria Suely da Silva, a facadas em setembro de 2001, na casa em que moravam no bairro Jardim São Conrado, foi a júri popular na manhã desta terça-feira (30) e diz não se lembrar de nada que aconteceu depois das facadas. O autor ficou foragido por 15 anos sendo preso em dezembro de 20016.

Conforme a denúncia, os dois estavam separados e tentavam uma reconciliação. Suely retirava água de um poço no fundo de casa por volta das 6h30 do dia 22 de setembro quando Adailton chegou de surpresa e desferiu os golpes de faca. Ela ainda tentou correr, mas foi alcançada por ele que a golpeou mais vezes. Suely foi encontrada em um barranco próximo a um córrego que cortava os fundos da casa.

Em depoimento, Adilton negou as acusações e deu outra versão. “Eu trabalhava com carga e descarga. Nesse dia sai para viajar e ia ficar dois dias fora, mas o caminhão deu problema e voltei para casa, quando cheguei lá encontrei a Suely de toalha e um homem com ela. Ele assustou e veio para cima de mim, eu mais assustado ainda revidei, nós começamos a brigar e eu peguei uma faca. A Suely então começou a me bater para eu parar e ai foi quando eu a golpeei”.

Questionado pelo juiz da 1° vara Carlos Alberto Garcete, sobre o motivo de ter golpeado a ex-esposa e não o homem que estaria na casa, Adailton alegou que não se lembra. “Eu não lembro de mais nada depois que dei o primeiro golpe, tudo o que eu lembro foi isso que expliquei, não sei dizer o motivo”. Sobre a relação dos dois, o acusado diz que era muito boa e que os dois não tinham problemas e quase não brigavam.

A versão foi desmentida por várias testemunhas, de acordo com o promotor do Ministério Público, José Arturo Iunes. As duas filhas de Suely contaram à polícia na época do crime que Adailton era muito ciumento e que por isso os dois brigavam muito e Suely queria deixa-lo. Ele inclusive já teria a ameaçado dizendo que se descobrisse que ela estava se relacionando com alguém, a mataria. As enteadas completaram dizendo que os dois estavam em processo de separação e que Suely não dormia mais com ele e sim com elas, o que teria deixado furioso, além de ficar muito agressivo quando bebia e usava drogas.

“Isso nunca aconteceu, é uma montagem. Nós nunca dormimos separados e eu nunca ameacei ela, se soubesse que ela tinha outra pessoa tinha pedido a separação”, rebateu o réu.

Sobre o crime, elas informaram que estavam dormindo quando ouviram os gritos da mãe no fundo da casa. A versão das filhas da vítima foi confirmada pela própria mãe do autor que contou que ouviu os gritos de Suely, entrou na casa, viu os dois se agredindo e logo em seguida Suely caindo deitada.

Chorando enquanto falava Adailto se disse arrependido em suas últimas palavras de defesa. “Estou muito arrependido, não tenho direito de tirar a vida de ninguém, eu fiquei transtornado, não sei o que aconteceu. Até hoje me pergunto como tive coragem de ter feito isso, nunca imaginei passar por algo assim na vida”, concluiu.

Adailton ficou foragido por 15 anos, sendo preso no dia 15 de dezembro de 2016 em Linhares (ES), cidade onde reside com a atual esposa e um filho de 12 anos.

A promotoria pede condenação do acusado por homicídio qualificado por motivo fútil e diz que o depoimento dele fere a imagem de Suely que levou facadas no pescoço, orelha, abdômen, braço e rosto.

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